Dona Regilda
Para um poetista um folheto de cordel pode lhe dar inspiração,
a roça, um livro de caligrafia, toda mina de carvão.
Em Quipapá,
a poesia: rimas que dizem, eram contadas, cantadas, rimadas no enredo poético, palavras habitadas num mero sítio no pedaço do Agreste.
Eis o nome que não me esqueço: Dona Regilda.
De analfabeta a poetista, nas tardes de domingo conheceste o cordel Nordestino,
como um livro sem letra conquistou cada sentido.
Oitenta e seis,
um espaço imenso em tua alma, e tudo que sei sobre ti é que tu és a poeta mais profunda que descobri.
E para ti eu declamo:
Tudo aquilo que é prezado, o poeta arranca fundo, lá do peito, toda luz e lama que há. Não teme a morte, sua alma é destinada ao mundo.