Seu João e Dona Emídia
Ele (a) nem lia, nem escrevia
Ou contava por conta própria.
Mas era tão feliz que intrigava!
Acordava cedo, praticamente de madrugada
Todos os dias, antes mesmo de o galo reclamar
Com as mãos estendidas erguidas à altura da cabeça
Abençoava a casinha simples de madeira
e agradecia a Deus por tudo.
Dava bom dia para as plantas
Ensaiava dedicado um aceno para quando o sol nascesse
Como se agradecesse algo que todos pareciam desconhecer.
O café a essa hora tinha quase sempre aroma de paz
Cheirinho de lenha, aquele gostinho de tranquilidade...
E se seguia de boa prosa e bons ouvidos e bons conselhos.
Sorte de quem estivesse por perto!
Crescia como ser humano.