Pai 
Às vezes te odeio pelo anseio de tua mesquinhez
Outras vezes te respeito, pelos teus vividos anos,
Que são dádivas.
Às vezes observo lágrimas, por ver sacríficios,
Mas não vou deixar que nos chame novamente de vadios, 
Pois, cada um de nós, no pouco tempo vazio,
Busca um pouco de paz.
Gostaria que mudasse de atitude,
Embora em minha juventude sou eu quem deva mudar.
Gostaria de poder aceitar tuas razões, 
Mas as depressões por tua causa são tantas,
Que poxa muitas vezes ninguém aguenta.
Gostaria de poder deixar curtir meus filhos,
Mas não quero que um dia faça o mesmo com eles,
Chamando-os de vagabundos, como fez com a minha pessoa e a do meu irmão.
Gostaria de saber perdoar, 
Mas nunca ouvi de tuas palavras a Palavra Perdão.
Enfim, pai talvez agora entenda porque tanto receio a tua presença.
Gostaria de ter esperanças de um dia poder agradecer e dizer obrigada.

Manuscrita em 22/9/1999.
"Sou um pouco da Natureza genética de meus progenitores, até mesmo nas emoções mais íntimas."
Frase menuscrita no mesmo dia. 22/9/1999.

Hoje 2017, relendo e transcrevendo esse poema para o Recanto, acabo de ver que muitas vezes, faço o mesmo com meus filhos. Minha inquietude, de vítima, obra genética, ou obra de minhas fantasias. Quero aprender a pedir perdão antes de partir, meu pai foi, e eu simplesmente piorei meu estado emocional, pois não perdoei. Dedico a todos meus familiares, que moram aqui no Brasil, nos Estados Unidos( Myriam Freire), em Portugal( Primos de primeiro, segundo e terceiro graus), na França (meus tios). Que Deus abençoe a todos. Paz e bem.
São Paulo, 27 de julho de 2017.
Em especial aos meus filhos: Alexia Cristina, Emmanuel e Anna Clara.



 
Teka Mendes Castro
Enviado por Teka Mendes Castro em 27/07/2017
Código do texto: T6066259
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