Lavando o Céu

Havia uma tempestade no horizonte da espera.

Cheia de chumbo e cores mais envolventes, soprava por sobre os montes, mares e por dentro da agonia morna de cansaço.

Sem o fôlego que infla o esperançoso, voava suas nuvens com destino incerto. Um dia chegaria para lavar o céu da espera , espargindo as águas represadas num pranto velho conhecido.

Esse dia chegou. As coisas próprias colecionadas nos redemoinhos sem nexo, tomavam a forma de tormenta contida , disfarçada na escrita lúcida em mover personagens, facetas abruptas de uma protagonista só!

Ao transformar-se assim, de brumas e trovões ao longe, em páginas/cicatrizes de uma vida, marcou nova era de bonança que fez sem saber. A tempestade garoa e chora ...

Assim, agora espraia um ritmo alucinante que resultou da mudança... Antes dava para ver os contornos sólidos do furacão, contraste poético.

Eia! Que coisa! Vi a intempérie agitada em tarde amarela. Vi tudo num relance de ilusão...

Como acompanhar de velas curtas, esse repasse de sopro agudo pelos horizontes de além?

Marcos Palma
Enviado por Marcos Palma em 27/07/2017
Reeditado em 04/04/2019
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