Lavando o Céu
Havia uma tempestade no horizonte da espera.
Cheia de chumbo e cores mais envolventes, soprava por sobre os montes, mares e por dentro da agonia morna de cansaço.
Sem o fôlego que infla o esperançoso, voava suas nuvens com destino incerto. Um dia chegaria para lavar o céu da espera , espargindo as águas represadas num pranto velho conhecido.
Esse dia chegou. As coisas próprias colecionadas nos redemoinhos sem nexo, tomavam a forma de tormenta contida , disfarçada na escrita lúcida em mover personagens, facetas abruptas de uma protagonista só!
Ao transformar-se assim, de brumas e trovões ao longe, em páginas/cicatrizes de uma vida, marcou nova era de bonança que fez sem saber. A tempestade garoa e chora ...
Assim, agora espraia um ritmo alucinante que resultou da mudança... Antes dava para ver os contornos sólidos do furacão, contraste poético.
Eia! Que coisa! Vi a intempérie agitada em tarde amarela. Vi tudo num relance de ilusão...
Como acompanhar de velas curtas, esse repasse de sopro agudo pelos horizontes de além?