Requiescat in pace, Adelorme
Não me coube a satisfação de ver, ao vivo, uma apresentação das Irmãs Souza nas quermesses de nossa Velha Serrana. Mas os registros históricos, fotográficos e recordativos a que tive acesso, dão-nos uma inspirada idéia dos momentos de magia e alegria proporcionados pelas moças do Miguel Arcanjo. E afinal, filha de Arcanjo só pode mesmo ter voz de Anjo. E hás de concordar comigo, marmanjo...
Se parca lembrança tenho da encantadora morena Haydée - ou seria, aportuguesadamente Aidê? - de Adelorme, a memória é menos fugaz. Funcionária do SAPS (que viraria CONAB) por longos anos, ali na quininha da praça da matriz, sob o imponente sobrado colonial dos Bejjani, Adelorme casou-se com o Joaquim e, do enlace, resultou um jardim: Regina, Cláudia e Joelma que, criadas ali no Beco dos Canudos, construíram uma das mais belas páginas de nosso urbano universo empresarial, a Jade Enxovais, que chega até a ser chique demais. E é, aliás, o único estabelecimento na urbe pitanguiense que dispõe de um elevador para tornar mais agradável a vida da clientela, e da criançada
que acompanha as mães, de cambulhada...
E há uns poucos dias, ao cabo de prolongada enfermidade, calou-se a voz de Adelorme, já octogenária. Mas é um silêncio eloqüente, e sempre presente, para se lhe cultivar a memória, parte essencial, de nossa história.
Em peso e pesar, a legião de amigos pitanguienses prestou a justa homenagem àquela que entre nós, deixou indelével marca de sua passagem.