OS DOIS PILARES
“A São Pedro e São Paulo”
Simão Pedro, Simão Pedro –
Tu, que és cá um dos meus –
Soprou-me o vento do cedro
Que eras “porteiro” de Deus.
Também Cristo t´ ordenou,
Dando-te as chaves do céu,
Provando que te perdoou
Ao esquecer o teu labéu.
Apesar de seres pescador
E sem grande aprendizado,
Deu-te destaque e valor
Fazendo-te Seu delegado.
Consultei Paulo de Tarso,
Que n´ altura era novato:
Disse-me com embaraço
Desconhecer tal Contrato.
Se Paulo te desconhecia –
Entende-se o seu critério –
Nunca foi tua companhia
E vagueava pelo império.
Num certo dia em viagem
Sabendo do seu paradeiro
Com uma simples mensagem
Chamaste-o pra companheiro.
Tu tinhas alguns direitos
E, Paulo, direitos tinha
No melhor dos teus preceitos
Agiste com cabecinha.
Estava fraca a Instituição
Quase em todos os lugares
Tu e Paulo, por vocação,
Fizestes-vos dela Pilares.
O teu saber condicionado
Realçou-te a experiência
E, porque eras respeitado,
Tiveste enorme influência.
Paulo, porém, com instrução
Num Logos de todas as frentes,
Estruturando a Instituição
Fez-se o Apóstolo das gentes.
Tu não “conhecias” Jesus,
Disseste uma noite à criada,
Mas dentro de ti fez-se Luz
Numa Alma renovada.
E Paulo perseguiu Jesus
Fazendo-se d´ Ele carrasco
Mas, agora, todo ele transluz
Pelo caminho de Damasco.
Pedro e Paulo, dois Pilares,
Foram a Chave e a Espada
Dos sublimes patamares
Da Igreja Ressuscitada.
Tu, Pedro, a pedra angular
E da Fraternidade artífice,
Foste uma Aura exemplar
E o seu primacial Pontífice.
Tu, Paulo, foste o talento
Da Doutrina criadora,
Moinho tocado a Vento
Dando pão a toda a hora.
Se mais nada fora jucundo
Dois, em um, é mais solene
Dá maior riqueza ao mundo
Num Cristianismo perene!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA