SUASUNA....
"O Sertanejo é antes de tudo, um forte". (EUCLIDES DA CUNHA)
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Sou nordestina e não nego minhas origens.
Hoje e sempre e com muito orgulho! Aqui no nordeste temos muitas peculiaridades. É uma região de uma cultura linda, ímpar. De um povo sofredor, porém forte, desbravador.
O mês de Junho é um dos mais bonitos para o povo nordestino. Temos por aqui as festas juninas com suas lindas cores, os "arraiás" com casamento matuto, as comidinhas típicas: canjica, bolo de milho, pamonha, curau de milho, o quentão (bebida feita com gengibre, pinga e canela) e suas músicas ritmadas: Forró, xote, xaxado e baião...isso tudo se misturando ante as celebrações, pelos quatro cantos do Brasil nos vários estados desta linda região, que é a maior e mais castigada região do país!
É... o mês de Junho chegou, e está quase indo embora; e antes mesmo de ir já me deixa aqui com muitas saudades...não que eu seja daquelas que participa dos " arraiás" e faça torcida para as quadrilhas que se apresentam nordeste afora. Mesmo assim, é quase impossível não se sentir envolvida com o ar, com o clima junino que impregna as ruas, as quadras esportivas, os polos de lazer das capitais, nesta época do ano. Mesmo meio sem tempo, ainda me dou o prazer de parar para olhar as coreografias, comer uma pamonha, ver os beijoqueiros tentarem a sorte na barraca do beijo (risos)... ou simplesmente para ouvir alguém "puxando o fole", ao som da zabumba, da sanfona ou de um triangulo no puxar das quadrilhas coloridas e cheias de graça!
Bem...é São João...tem muito arrasta pé, e diversão...mas gostaria de aproveitar para fazer uma singela homenagem ao um grande escritor, também nordestino e nascido no mesmo mês das festas juninas:
Ariano Vilar Suassuna - advogado, professor, teatrólogo e romancista; em 1990 ocupou a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono era Araújo Porto Alegre, o Barão de Santo Ângelo .
O "contador" de histórias do sertão tinha apenas 3 anos quando um fato trágico marcou sua infância. No desenrolar da Revolução de 1930, um pistoleiro de aluguel assassinou seu pai com um tiro pelas costas, numa rua do Rio de Janeiro. Com a tragédia, a família mudou-se para a pequena cidade de Taperoá, no interior da Paraíba. Ariano Suasuna, herdou a biblioteca do pai, onde encontrou livros importantes para sua formação.
Suasuna que se vivo estivesse, faria noventa anos este ano, foi um dos grandes colaboradores para o enriquecimento da nossa literatura, tendo suas obras traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.
Sou muito fã dele e admiradora de sua obra.
Não poderia deixar de citá-lo aqui nesse mês tão esperado por nós nordestinos, onde nossa cultura explode e ecôa por esse Brasil lindo de meu Deus!
Um beijo saudoso ao imortal Ariano Suasuna, e outro em meus amigos conterrâneos nordestinos com sabor de quentão, canjica, bolo de milho, curau e afins...!!
( Janet Fernandes - 20/06/2017)