SEU RIBA ERA TÃO GRANDE QUE NÃO CABIA EM SI MESMO
Quando morre uma pessoa que amamos, apenas as lembranças não bastam para consolar a dor que sentimos. Reclamo de Deus: - Por que tanto sofrimento, Senhor? Foi ai que Deus falou comigo: - A morte não é o fim. Jose Ribamar de Azevedo não foi um homem bom, mas um homem Santo. Pois, justo seria um predicado muito pequeno. Seu Riba era tão grande que não cabia em si mesmo. De uma forma ou de outra teremos que deixar esta terra. Porém, como queremos ser lembrados? Essa conta não se faz assim tão simples. Pergunte a quem quer que seja... aos pássaros do céu de Mossoró... as pedras do caminho para o sitio... as águas do rio que corria atrás da casa... as árvores que crescem por todos os lados... a brisa que refresca o alpendre... Pergunte, pergunte: - Quem foi? Ribamar foi doação. Não falo de sua casa escancarada com as festas de sempre, onde recebia a todos. Falo de sua condição de anfitrião do mundo. Eu conto nos dedos os grandes amigos. E os de maior valor são aqueles que respeitam o contraditório e usam as diferenças como exercício das relações humanas. Achamos que todas as coisas da vida são impossíveis, até conseguirmos... Mas, enquanto isso, carregamos a dúvida: - Será que consigo?... Seu Riba, não. Ele tinha a certeza de que conseguiria; e se praguejava ninguém ouvia. A luta dele não foi contra a morte, mas pela vida. E em todos os dias, esse enviado dos céus nos inspirava. As lições da vida não são extirpadas por nenhum bisturi – O que tiraram dele foi uma ferida. Permanecerá eterno o exemplo de homem, de pai e de amigo. Peço um minuto de silêncio a todos os meus dias de agora em diante. E que os nossos abraços sejam para Maguinar, porque ele a amava incondicionalmente. Eu não vi Ribamar morto. Deus tem razão, não houve fim. Não há saudade; ele habita em mim. E enquanto eu respirar ele respira comigo. Obrigado, seu Riba.