FELIZ DIA DAS MÃES!

Segundo domingo do mês de maio. Ela é o centro das atenções e todas as homenagens. Redes sociais infestadas de textões e compartilhamentos que não deixam esta data passar indiferente. Alguns relembram aquela que já partiu, outros forjam um bocado de hipocrisia em troca de algumas curtidas...

Digna das homenagens dirigidas à sua figura, lá está aquela que é o eixo de sustentação do lar porque combina sensibilidade, abnegação, justiça, sabedoria e compaixão, além de tantos outros predicados que ainda assim não chegam nem perto de definir a sua verdadeira importância para cada um de nós.

Ela aprendeu a ser mãe quando se descobriu uma. Cada filho que chegou lhe trouxe um desígnio diferente. E foram três. Deus lhes confiou três rebentos para amar, cuidar, acarinhar e preparar para o mundo. Ela mantém uma relação especial com cada um por ter o entendimento de que somos todos únicos e esse amor incondicional revela-se, conforme amadureço, também incomparável.

O amor dela não é do tipo cego para a realidade porque amar também é corrigir, reconhecer as virtudes, os defeitos, os desatinos e os desafios. Cada filho é um mundo à parte que tem determinados hábitos e uma órbita própria, logo a maneira de abordar será distinta, sem fazer distinção, no entanto aos demais.

No papel de uma progenitora que tem o seu coração sempre aberto e transparente, aponta as falhas, aconselha, bronqueia porque nos ensinou desde cedo que preferível é a mais dolorosa das verdades do que a mais sedutora das mentiras. Seu legado, se possível for, almejo passar adiante para que a minha filha (se algum dia eu a tiver) também possa dizer que teve um bom referencial.

É ela que me lembra todos os dias que uma mulher não precisa do casamento para ser completa e realizada - mesmo quando me sinto um alien por ver todo mundo da minha idade casado e com filhos -, que se orgulha de ter filhas estudantes e renova as minhas forças quando me lembra de que grande parte das pessoas vive de mentiras, que ser filha é tão bom quanto ser mãe, logo ela que poderia entulhar os compartilhamentos falando de como a maternidade é um dom maravilhoso, ouço que debaixo deste céu “tudo tem o seu tempo certo” e que a nossa história é simplesmente a nossa história, não dá para comparar com a de ninguém porque estamos neste exato momento onde devemos estar, cumprindo aquilo que nos foi designado, desfrutando de cada minuto desta fase que como as outras também terá seu fim.

Eu não seria ninguém se ela não estivesse aqui, nos melhores e nos piores momentos, então redigir esta singela e breve homenagem é apenas um terço da tradução exata do meu amor que não cabe numa imagem, num compartilhamento. Foi minha mãe que me forneceu uma ótima referência musical, que me ensinou o verdadeiro significado da palavra generosidade (não, as boas atitudes não precisam de holofotes), que sempre cuidou das minhas asinhas machucadas quando o mundo atirou pedras em mim.

Aos poucos, por causa da internet, fui deixando de lado o hábito de passar as palavras para o papel e tornar o ato de escrever mais puro, mais humano, mais caloroso, porém não me sentiria digna de passar por esta data como se ela não existisse porque sem essa mulher, repito, eu não estaria aqui.

Minha mãe é a mulher mais bonita do mundo porque me ensinou que se a beleza de fora não for correspondente com a “de dentro”, de nada vale, nas palavras dela “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”, que me ensinou que ninguém é melhor do que ninguém, que provavelmente vai se emocionar com estas palavras (pelo fato de serem minhas) e me recordar que tenho o privilégio de conviver com alguém que sempre teve um caráter sólido, franco e justo, sem abrir mão da doçura e bondade que só não enxergam aqueles que não a têm.

Te amo, mãe!

Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 14/05/2017
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