Homenagem a Zé Alves

     Nós professores, funcionários e alunos da E.E. Padre José Espíndola, prestamos uma homenagem a alguém que marcou nossas vidas e acredito que de grande parte das pessoas que passaram por essa escola.
     José Alves Garcia, Professor Zé Alves, e nas quadrilhas sanfoneiro do “arraiá”.
     Nascido em 07 de fevereiro, José Alves formou-se em letras e começou a lecionar em 1974. Alguns de vocês talvez se lembrem do Zé Alves ainda novinho, provavelmente várias pessoas foram seus amigos de infância ou colegas de classe, a maioria de nós se lembra do professor Zé Alves, era assim que ele gostava de ser chamado, demonstrando seu orgulho e amor a profissão.
     Quem não o conhecia bem, poderia dizer, talvez sem entender, que ele vivia em um mundo paralelo, na sua irreverência ele muitas vezes dizia que havia pegado um congestionamento na Avenida Paulista antes de chegar à escola, ou mesmo que havia ficado preso em uma manifestação na Praça Sete. Esse era o lado irreverente do Zé. Mas e a elegância? Quem não se lembra das roupas e sapatos impecavelmente limpas e engraxados, o perfume que deixava por onde passava, elegância não só na aparência, sempre foi um grande admirador e incentivador da boa educação, da arte e de gestos de gentileza.
     Por falar em arte, como foram animadas nossas festas juninas, caracterizado com sua camisa xadrez e lenço no pescoço, lá estava ele: o sanfoneiro do “arraiá”, cantando na mesma noite, repetidas vezes as imortais: Moreninha Linda e Charrete Azul, com um sorriso no corado rosto ele esbanjava uma alegria contagiante.
     Dedicou sua vida a educação mesmo depois de aposentado, poderia ter simplesmente deixado a escola e curtir o tão merecido descanso, mas parecia que a escola já fazia parte dele. E com o compromisso de sempre o professor Zé Alves desenvolveu um trabalho voluntário, dedicando parte de seu tempo para ajudar alguns alunos.
Sempre fora muito ligado às celebrações da igreja, houve uma época que fazia parte do coral, todo mundo sabia o quanto ele era encantado pelas comemorações da semana santa. As músicas dessas festividades eram cantaroladas por ele, em alto e bom tom, durante todo o ano, na sala dos professores, pelos corredores da escola e até mesmo pelas ruas da cidade.
     Tinha uma verdadeira adoração por Jesus e nós nos despedimos dele em uma sexta- feira da paixão, quando celebrávamos a morte de Jesus.
      Uma pessoa, marcante, inteligente, de grande presença, irreverente e muito alegre. Parece estranho que o seu lugar à mesa dos professores não será mais ocupado, é estranho pensar nas festas juninas sem sua presença, os alunos que você estava ajudando estão sentindo sua falta, nós não vamos mais ouvir você interpretar o canto de Verônica. E agora José?
     Resta dizer que o professor Zé Alves será eternizado em nossas memórias e corações, pedimos ao bom Deus que o guarde na sua infinita misericórdia.
     Descanse em paz Professor Zé Alves!
 
Prof.ª Lucélia Alves Vieira