SONETO DE DESPEDIDA
Luz tênue, fio que ainda liga terra e horizonte,
limítrofe destino, qual Nêmesis prossigo.
Por tua jornada pagas o preço agora á Caronte.
Oh, alma errante! Chegaste e eu te bendigo!
Cinzelaste teus dias em fortuna e castigos
matizes sem igual puseste em tua vida
e a fizeste rica, muito mais de amigos
que lamentaram por si mesmos, tua partida.
Quais foram teus sonhos mais queridos?
Por quem riste? Com quem choraste?
Onde foi teu refúgio mais aguerrido?
Hoje também lamento eu, tua travessia.
Sentirei saudades do que não trocamos
pelo tempo escasso da tua companhia.
(07/08/07)
...onde sua alma esteja.