O MÉDICO DOS POBRES*
Quem sou eu para falar
dos grandes homens desta terra,
que deram suas vidas em prol da população?
Bem sei que não sou digno de tal ousadia.
Atrevo – me, porém, em fazer um breve relato
sobre este ilustre cidadão que a todos serviu
com amor, carinho e grande gosto pela profissão.
Ainda adolescente, trabalhou no campo,
cuidando da roça, do plantio e criações,
sempre com disposição e bom ânimo.
Tempos depois chegava este à cidade,
como em um desses contos encantados,
para cuidar de todas as enfermidades
daqueles que o procuravam necessitados.
Agora seu trabalho era semear esperanças de
vida
nos caminhos de quem sofria com suas
enfermidades
e, não tendo a quem recorrer, à sua porta batiam,
esperançosos de encontrar alívio a suas
ansiedades.
E, assim, sempre com um sorriso acolhedor,
lá estava ele pronto a servir a seu semelhante,
pois era este, naqueles tempos idos e não
esquecidos,
aqui neste lugarejo, o único e o melhor doutor.
Sempre atendia a inúmeros chamados,
não se importando fosse noite, fosse dia,
fosse sol, frio, poeira ou chuva,
barro, cidade ou roça, enfim,
lá estava ele de prontidão e com alegria
para socorrer todos os adoentados.
Fez grande número de partos, curativos,
injeções,
e pequenas cirurgias, cuidando muito bem
de todos: jovens, velhos, e crianças,
sempre de bom humor e sem destratar a
ninguém,
mas com seu jeito todo especial de alegria e
esperanças.
Para ele toda hora era hora de cuidar de seus
doentes.
Em qualquer hora do dia ou da noite em que
fosse chamado,
lá estava ele, bem disposto a trabalhar
sorridente,
pois sabia que o melhor era ver seu enfermo
curado.
Não se importando em como iria se locomover,
fosse de automóvel, de bicicleta ou até mesmo a
pé,
ele sempre ia de muita boa vontade e grande fé
para assim prestar socorro àqueles que estavam
a padecer.
Não se importava se iria receber ou não daquele
paciente,
pois seu maior objetivo era salvar-lhe a vida
e devolver sua saúde, sua paz e alegria.
Este, sim, era seu maior desejo a cada novo dia
e o que o deixava cada vez mais contente.
Nunca negou a nenhum chamado
e foi mesmo um grande homem, um nobre.
Tanto que foi chamado de o médico dos pobres,
aquele que sempre socorria os mais necessitados.
Assim sempre foi a vida desse grande homem.
Trabalhando sempre para o bem de toda
comunidade,
buscou recursos na política e foi eleito prefeito,
que contribui para o grande crescimento da
cidade
com seu trabalho, sua honra e dignidade.
Criou seus oito filhos com amor e carinho,
e, sempre temente a Deus,
mostrou a cada um, qual o melhor caminho,
fazendo destes seus discípulos e fieis exemplos de
vida.
E como eu vos disse a princípios, meus amigos,
quem sou eu para falar dos grandes homens
que nesta terra deixaram gravados seus nomes?
Quem sou eu para lhes falar de tão grande bem
que este cidadão honrado e tão amado por todos
nos prestou durante toda sua longa vida
com seu trabalho digno de bom samaritano?
Quem sou eu para falar de Dimas Guimarães?
Quem sou eu para falar desse ilustre amigo
que sempre nos socorreu a tempo e a hora?
Deixarei que sua brilhante história de vida
seja contada por outros tantos cidadãos,
que com certeza não deixará ser esquecido
o nome deste homem que salvou tantas vidas.
*Este texto faz parte do livro “POEMAS PARA OS MORTOS”, da autoria de Tadeu Lobo.