Escreveu. Rabiscou. Encheu a lixeira com papel amassado. O fracasso nas primeiras tentativas, não o fez desistir. Tudo passa: a angústia, a dor, e o sofrimento são levados como chaminés de fada. Também a vida passa, repousa como a areia deixada pelo vento e descansa em paz.
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O poeta sempre tem
Um vaga-lume como estrela
E antes de poder vê-la
Há muito já lhe quer bem.
Para o sonhador tudo é poesia
A vida, a melodia das flores
A natureza, a beleza das cores
Tudo é canção de ninar.
Um momento de sonhar
Ter um fio de esperança
Saudade, lembranças....
Neste balanço, prefiro acreditar
Que meu sol de amanhã é hoje
E pego os primeiros raios que alcanço.
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Eu vi
Meninos, eu vi!
Eu vi a lua caindo
E vi o sol pendurado
Eu vi o céu prateado
E vi o sol pranteando
Eu vi a lua chorando
Eu vi o sol abraçando
A montanha no ocaso
Eu vi o mar navegando
O rio se afogando
Eu vi o fogo queimando
A mata agonizando
O arco-íris tentando
Beber água na miragem
Eu vi o mar mendigando
Pedindo um copo d`água
Meninos, eu vi!
Eu vi o mundo selvagem.
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Homenagem prestada por Cristina Varão
Créditos da imagem: Crsitina Varão.