ODE ao POEMA SUJO (homenagem - Ferreira Gullar)
ODE ao POEMA SUJO (homenagem - Ferreira Gullar)
Vai-se embora o poeta.
E a tristeza que fica é como nuvens que cobrem o clima-ambiente.
Como legado, deixou seu 'poema sujo' demais.
Tão sujo, tão sujo, tão sujo...
que eu no meu toc de limpeza,
lavei as mãos,
limpei a escrivaninha,
desinfetei os textos,
e lavei tudo que podia lavar (menos a alma).
E no meu auto-crítico olhar,
vi que tudo havia sido estragado,
desmantelado, deformado, desvirtuado,
pela vil limpeza humana, desnecessária.
As coisas apenas tem que ser o que são.
Então sujei tudo de novo,
com ênfase,
'proveitei' e rebusquei tudo a torto e a direito,
com todas as escórias e podridões que temos da oferta alheia.
E tudo brilhou novamente
(não por mim),
mas por ele,
que já não está mais fisicamente entre a gente.
Salve ele, poeta Ferreira Gullar.
obs: eu sempre fui um fã e admirador convicto do poeta Ferreira Gullar.
ODE ao POEMA SUJO (homenagem - Ferreira Gullar)
Vai-se embora o poeta.
E a tristeza que fica é como nuvens que cobrem o clima-ambiente.
Como legado, deixou seu 'poema sujo' demais.
Tão sujo, tão sujo, tão sujo...
que eu no meu toc de limpeza,
lavei as mãos,
limpei a escrivaninha,
desinfetei os textos,
e lavei tudo que podia lavar (menos a alma).
E no meu auto-crítico olhar,
vi que tudo havia sido estragado,
desmantelado, deformado, desvirtuado,
pela vil limpeza humana, desnecessária.
As coisas apenas tem que ser o que são.
Então sujei tudo de novo,
com ênfase,
'proveitei' e rebusquei tudo a torto e a direito,
com todas as escórias e podridões que temos da oferta alheia.
E tudo brilhou novamente
(não por mim),
mas por ele,
que já não está mais fisicamente entre a gente.
Do sujo,
sujeito,
ao limpo, limbos desnudos,
e sujo ao escárnio,
enfadonho,
sujo então, novamente,
até o aterro final,
eternamente.
sujeito,
ao limpo, limbos desnudos,
e sujo ao escárnio,
enfadonho,
sujo então, novamente,
até o aterro final,
eternamente.
Salve ele, poeta Ferreira Gullar.
obs: eu sempre fui um fã e admirador convicto do poeta Ferreira Gullar.