RECIFE

Recife dos meus amores e de minhas contradições Capibaribe

Beberibe

Recife paradoxal de revoluções

Recife tão mista em meio a lama

Recife múltipla de poetas e pontes; transitando gente e destinos...

Recife com seus becos e vielas mal assombrados

Recife, baile de máscaras estampadas

Recife com cheiro de água de coco e cocôs

Quantas pedras históricas tem meu Recife a resistir sobre calçadas que testemunharam tantas guerras

Recife, sobrados e mucambos.

Pontes a trafegar destinos incertos e frenéticos

Recife, literatura com candura e sem frescura

Recife de Fé

Basílicas e magias

Caldo de cana com bolo de bacia

Recife da cor dos mulatos de engenho ao colorido das sobrinhas em dias de carnavais

Recife da maresia em noites de poesia

Recife do sono nas ruas em noites escuras

Recife dos libertinos e libertadores

Com vanguarda de sol e mar ao poço da panela

Recife, mosaico de azulejos e de gente...

Cabe tantos e todos em teu céu, meu Recife que chegam formando teu arco-íris

Recife, recifais de moluscos e corais

Recife de puras tradições

Recife, documento vivo de histórias pra contar

Museus, Liceus. Qual é o seu?

Da Praça do Derby à Republica cheguei na Joaquim Nabuco, e ele parece-me agora caduco.

Recife como fogachos de calor em umidade

Dos bares com seus ares a nos fazer flutuar

Desejo, beijos

Recife, colorido com as cores do mundo.

Colorido como colcha de retalhos

E eu, que cor terei eu?

Eu, sombrinha de frevo desta Veneza e suas belezas.

Recife, 11 de outubro de 2013

(Dentro de um ônibus...)

Fátima Arar
Enviado por Fátima Arar em 04/12/2016
Reeditado em 25/06/2017
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