Sapatinhos de bebê
à D.Terezinha


Aquela amena voz ,deveras, tão doce ,
Caricia sobre a palma,qual lã macia.
Num jardim florido,su’alma,pois,jazia,
Seus dedos teciam fios como se teia fosse.

D’infância sussurros , perdidos madrigais,
Ah!Eterna madre dos sapatinhos de bebê!
D’inverno o frio, roga que não assole,jamais!
Lágrimas cristalinas , pura ribeira a verter...

Sonho que não desperta à retumbante grito,
Anjos qual revoada alegre de passarinhos
“ Madre Terezinha,cantamos seu nome beatifico !”
Pés vestidos ,coloridos e gentis sapatinhos!

Sou grata criança que agora muito chora,
Ah! Coração amado amornaste minh’alma!
Casinha tosca onde a ventura perpétua mora,
Guardo delicado ninho de lã sobre a palma.

Quisera,à tua bondade infinda,assim,falar ,
Contudo,rolam d’orvalho gotas de pranto,
Olhando terna ,ante à mim sorri,no entanto...
Trazes nas linhas das mãos teu jeito de amar!

Chegara,enfim,com sofrer, esperado ensejo,
Anjos de pés aquecidos ,em delicado sorriso...
Sabiam que para a neblina,viajar era preciso.
De teus finos lábios,então,o derradeiro beijo!