A primeira vez que não te vi
Era sabido que iria doer.
Evitei o retorno o quanto pude.
A estrada parecia mais longa. Não havia os arbustos, nem os casebres e tampouco os pastos verdes com Ipês floridos.
Por mais que tentasse não pensar na chegada e na última vez que por ali passei, falhei.
As lágrimas brotavam, o nó na garganta persistia...
Apesar da angústia que sentia, olhava para o céu e resistia.
Ao entrar na currutela, o passado tão presente (e recente) se apresentou com um ar de deboche.
Pouca mobília trocada de lugar. Duas peças de roupas e fotografias. O quarto agora é para as “visitas”!
Lágrima teimosa, não a deixo pingar.
O velho cachorro não mostrou os dentes como se estivesse sorrindo, não dessa vez...Ele chorou!
O dia foi longo e “fingido” ser um dia qualquer.
O golpe final chegou com o pente de cabelo esquecido no armário do banheiro...Desabei.
Sofri depressa, pois o rádio não tinha mais sido escutado. “Cabocla Tereza” de novo tocou! O cheiro ainda estava lá. O amor ficou junto às boas lembranças! Chorei, mas escolhi sorrir nesse dia que foi a primeira vez que não te vi.