SONETO NO PALCO

Ouço caminhos órfãos.

-Duas vozes teleguiam sentimentos;

silêncio duma alma dos ventos;

domina noites debaixo de refrãos.

Como noite e lua;

As vozes cantam sem lamúrias

e levam - desamores - a penúrias

na última cama da cidade nua;

Depois, tudo fervilha emoção…

Soam saudades de tempos nos jardins

E entre vozes chilreiam a mesma canção

Nem mesmo na poeira;

Ambos cantam aos deuses do Sombreiro

que acordam um bêbado sem eira.

Benguela, 29/10/2016

Nkazevy
Enviado por Nkazevy em 29/10/2016
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