JOANA D'ARC
Quis Deus enfim salvar uma nação
Da fúria inimiga, numa guerra vil
Se via retalhada em sanha de horrores...
Não suscitou nenhum valente general
Não escolheu nenhum dos grandes lutadores
Mas uma camponesa, pequena pastorinha,
Uma menina de olhos cheios de inocência,
Uma bela virgem encarnada de poder,
Uma bruxa, louca, santa, ... guerreira mulher
Que ardendo no desejo de vingança,
Vestida na armadura ditosa da esperança,
Se fez uma Heroína quando não podia ser...
Paradoxo de um tempo hostil, de guerra
Quando o sangue inocente dos seus iguais
Espalhava-se em agonia sobre sua terra
E seu povo já não sabia o que era paz,...
Entre o templo e a frente de batalha
Seu estandarte se tornou sua mortalha...
Mas quem soprou a seus ouvidos vozes santas?
Quem deu-lhe as ordens ora adivinhadas?
Fora Deus, anjos, demônios ou alucinação
Qu’a pôs frente ao inimigo por vozes, revelada?
Qu’e a fez em tenra idade conhecer a glória?
E inexoravelmente arder, injustiçada?...
Um ícone de amor, de fé e de heroísmo,
Um mito consagrado entre a cruz e a espada,
Incógnita entre as chamas da intolerância,
Vencida por aqueles que ela mais amava...
Na fogueira triunfou por sua garra e fé
A bruxa, a louca, a santa, ... a guerreira mulher...
By Nina Costa, in 27/10/2016