Emma Morano

Emma Morano, italiana, nascida em novembro de 1899, tem duas distinções que não lhe dão tanto orgulho quanto notoriedade: é única pessoa viva neste mundo de Deus, Zeus e Zebedeus, a ter nascido no século XIX, e por conseguinte, a mais matusalêmica.

Saudável, como possível a uma pessoa de sua longevidade, Emma revela alguns aspectos interessante de sua longa existência: tendo vivido casada por meros onze anos, não viu ou vê vantagem qualquer no culto à sexualidade.

Conta que foi sim muito bela, cortejada, e também recatada, em meio à pobreza e até miséria que a Europa viveu ao longo da primeira metade do século XX. Só não foi do lar, porque o trabalho, além de necessário, é salutar - e de se lutar.

Numa ocasião, um gerente da fábrica em que trabalhou, sem obter retorno de suas investidas românticas, simplesmente desistiu de tudo, e caiu no oblívio. Para seu natural alívio?

Seu casamento, relata, foi infeliz. Fê-lo sob a ameaça de ser morta pelo próprio pretendente e o único filho que teve, morreu ainda bebê de seis meses. O marido, de quem se separou, aparentemente desistiu de seu método radical de conquista e foi acertar as contas com o Divino nos anos setenta.

Quanto à dieta, que inclui rotineiramente a grappa, que a supercentenária mesma produz, e consome, ela faz questão de assinalar que sagrados também são os três ovos crus que bebe diariamente. Na sua visão, muito superiores à quota de dois, que de muito pouco lhe adiantaram.

Matusalém que se cuide. Seu recorde pode cair.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 13/10/2016
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