ROQUE SANTANA - Sete anos de saudades.
Hoje deveria ser mais um dia triste; mas é um dia apenas de lembranças e saudades... Saudade de Roque, que escreveu a sua história, conheceu o fim da guerra e teve como recompensa final, o direito de não morrer mais.
- Ele está em paz !
Assiste razão ao poeta que disse: a saudade é a memória do coração. Hoje o nosso coração desperta mais uma vez para a saudade que se eternizou, e nos convida a debruçar no passado em busca de memórias perdidas... Saudade, a gente sente do que foi bom e de quem era bom.
- Foi muito bom ter convivido com a bondado de Roque Santana.
Por isso a saudade nunca passa; vem com o tempo, com a lembrança, com o momento e com a ausência; uma saudade que faz de nós o seu objeto. Saudade de quem era amigo, referencia, sustentáculo e servidor...
- Uma saudade que tem rosto, nome e sobrenome...
Roque possuía a sabedoria mágica emprestado de Deus para adivinhar sentimentos, ouvir o silêncio e encontrar a palavra certa... Não embrulhava seus pontos discordantes com papel áspero, indiferente aos sentimentos alheios. - Ele embrulhava-os com papel suave, que revelava consideração e afeto. Era um pacifista por excelência; tinha pela família um amor desmedido, incondicional, sem fazer contas e sem obedecer a razão.
- Bondade era a sua maior grandeza.
Há sete anos, independente do que estiver acontecendo à minha volta, faço o meu melhor papel para lhe homenagear e retribuir a grandeza da sua amizade, que não precisava de plateia ou de aplauso.
- Quem tem lembranças tem saudades...
Rogo para que ele consigam lá no Céu, a redenção necessária para organizar esse sentimento de saudade, que esse vazio torne-se habitado, e que a gente possa arremessar fora o desconforto da tristeza toda vez que lembrar dele.
- Lembremos dele então, no melhor estilo. Um brinde à Roque !
Saudade é a eterna homenagem que presto ao cunhado amigo, que fez o caminho de volta para a Casa do Senhor e nos aguarda para o reencontro.
- Isso é tudo.
Manoel Lobo, 2016