Preta Caetana

Olhei para o céu cinzento

E recobrei o passado

Lembrei que o hoje sombrio

Já foi um mundo enfeitado

Que à sombra da figueira

Por um anjo era olhado

Nas taipas da Água Branca

Ainda hoje é presente

Na sala, cozinha e sótão

E no aconchego do alpendre

Aquela Preta altiva

De longe protege a gente

Passo na velha estrada

E não vejo mais mocó

Compreendi que a sua falta

Neles dava certa dó

Que a falta da tal Preta

Deixou uma tristeza só

Aquela ponta de chão

Nunca mais será igual

Ao tempo de Caetana

Um anjo angelical

Que espalhava o amor

Do Boqueirão ao Marçal.