Anjo caído (Emanuel)
Tua loucura é um delicioso perigo, e num misto de ternura e delírio faz-se homem menino, brincando de pique com o destino na beira do abismo. Por vezes sem alma, por outras todo coração, saltimbanco, meio demônio meio santo, arranca de nós e torna cativo nosso sorriso como um ladrão.
Imperador das calçadas, faz seu jogo de cartas marcadas, garantindo assim o ganha pão, e entre os enjeitados que dormem empilhados transita com sua garrafa na mão. Pelas ruas em meio a realidades nuas, desafia a sorte, flertando ora com a vida ora com a morte, sem temer, tornando cada minuto um impasse, onde o mais surpreendente desenlace pode acontecer.
Tuas aventuras te torna entre as demais criaturas, algo meio mito, anti-herói, sem pátria e sem juízo, é uma bomba relógio que se autodestrói. Num mesmo olhar, susto e sedução, seu nome Emanuel, anjo expulso do céu, estrela a brilhar refletindo no chão.