A BRÔNZEA MEDALHA
“Homenagem a Manuel Mendes”
Tu eras bem pequeno e traquina
E jogavas à bola pela rua
E às vezes, malandrices pela esquina
Em corridas, que já eram paixão tua.
Como tu, fiz-me atleta no Vitória,
Correndo léguas da Beira até à Penha,
No Benfica fiz figura meritória
E na Seleção também meti a senha …
Vários anos passaram sem notícia
Apenas conheci a desventura,
Que trouxe para ti a vil malícia,
Deixando-te porém a desenvoltura.
Diz o povo que há males que vêm por bem
Que são por vezes rampa de lançamento;
E, na tua boa estrela, és já alguém
Que dá nome ao País p´ lo teu talento.
A tua persistência não teve falha
Porque a esperança é a última a morrer
E tu lograste a brônzea medalha
Nas avenidas daquele Rio a correr.
Na terra dos teus pais e no teu lar
És agora um modelo para seguir
E, feliz, vais por certo comemorar
Na crença doutro evento que há-de vir…
E se o bronze conseguiste desta vez
Quem sabe se, apurando o teu valor,
Não venhas a chegar com altivez
A um prémio que mereces bem maior.
Parabéns, ó Manel, p´ la tua audácia
P´ la tua pertinência alvissareira
E que os teus sonhos sejam eficácia
Pra glória de Guimarães e Nespereira!
Frassino Machado
In A MUSA DOS ESTÁDIOS