VIÚVEZ VIVA *

Eu faço Amor com você todas ás vezes que minha lembrança penetra a pele da sua alma, traduzindo para os meus olhos uma saudade dolorida; sem sentido, sem motivo e sem perdão! E nos enlaçamos num momento único, de prazer silencioso, quase mudo, como tudo que me incentiva a gritar por seu nome, gemendo de vontade de ter você dentro de mim, só um pouquinho mais.

Vem, se encaixa nas minhas entranhas e bebe do meu néctar, pois saciarei a sua sede e a sua fome de amor.

Vem, se aconchegue no meu colo como uma criança carente de peito, prestes a deliciar-se com a fartura do leite mágico, capaz de lhe devolver a vida, somente para ficar comigo, só um pouquinho mais.

Este tempo é infinito diante do mundo, porque todo o êxtase da natureza estará explodindo em nossos poros, prestes a recomeçar.Sem medo, sem castigo e sem vergonha!

Não sou mais a mesma menina que você plantou uma rosa dentro do próprio ventre.Já fui àquela mulher que negava os instintos, sem que pudesse lhe fazer feliz.Agora me transformei em uma energia perdida, que vaga a procura de uma outra, para que se acasalem num ato sublime.

Isto não é apenas sexo e somente perdição; é um poema carnal que toca os órgãos por instinto, permitindo-lhes sensibilidade plena e a certeza que será imortal.

Não se faça de surdo e escute as minhas preces, pois sou sua serva a procura de um instante de paz em seus braços.

Atravesse todos os obstáculos que existe entre nós, esta porta que separa os mortos dos vivos e me ressuscita desta saudade. Levanta este véu que cobre o seu mundo do meu e venha me fazer feliz, só um pouquinho mais.

Estou aqui de corpo e alma aberta, aprisionada a este desejo que reprime toda a minha dignidade, já que sou mãe; exatamente a mãe dos seus filhos e te quero como pai, amigo e amante.

Onde você estiver, estarei contigo.Já que é a continuação do meu corpo, o encaixe e o repouso do meu extremo prazer.

E foi um prazer ter te conhecido assim tão demorado, aos poucos, para que eu pudesse ter outros prazeres todas as vezes que deixava sua alma virgem desnuda,pronta para me fazer sua devota.Devorarei durante milhões de minutos, te abocanharei entre as minhas pernas e te farei homem para mim; para que possa me fazer mulher no vão das minhas coxas, benditas e malditas, me castigando por pecar mais uma vez.

Eu quero agora, de novo, fazer amor com você.Mesmo que não tenha mais este corpo enrijecido por músculos, peles e pêlos.Corpo de verdade e de vontade!

Quero-te assim, feito um sopro, um espírito ou um sussurro! Não tenho medo, mas juro que sentirei arrepios ao penetrar na minha cova profunda, quente e molhada.

Se não existe mais, é mentira.Se não me quer, é injúria.Se não me ama, é pecado, pois te sinto vagar ao meu lado, gemendo com a minha dor.

Vem, entre aqui comigo e me possua como um demônio na mais dolorida forma de querer, traduzindo o amor extremo.

Faça amor comigo, só mais uma vez.Nada mais.E quando eu perder os sentidos de tanto prazer, me leve contigo para que eu possa me libertar deste vazio.Quero me inundar com o seu suor, me engasgar com a sua saliva e morrer em seus braços, renascendo para a vida eterna !

Ao Fábio, com saudades.

Poema classificado em Concurso Nacional “Amor e Paixão”, concorrendo com três mil trabalhos de todo o Brasil .

Silmara Retti