ESTAÇÕES
Havia um Sol de verão, imutável, indefectível na minha vida, quando você existia.
Uma primavera florescida, risonha, naqueles dias, de indescritíveis recordações...
Hoje, o inverno, arrebatou esses perfumes..., e dissemina esse frio atroz, sevo.
Um amor tão lindo, dádiva, e divino, não poderia quebrar as asas, como quebrou!
                                   
A me deixar, sem rumo, ruindo, entre as folhas improlíficas, naquela noite de outono.
A ouvir meus sussurros, esses sons, nessas folhas secas, que caem na minha alcova.
A ver que o céu, fez a sua escolha, a ver as gotas de orvalho, que fluíram, desabaram...
A formar caudaloso rio, a me propiciar, navegar minhas mágoas, minhas lembranças...
 
Oh! Suplício, porque me impuseste distância indigente, esse adeus ao útero materno!
Sai do seu ventre, mãe, em 64, mas de certa forma ainda me sinto preso a esse cordão.
São minhas subjetividades, e há de se alcançar, que o sentimento é individual, próprio.
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E apesar do homem velho, minha mãe, meus passos, ainda decalcam seus passos...
Pegadas de amor, de moralidade, de esperanças,de altruísmo como me ensinas-tes, mãe...
E minha alma ressente, à noite, vejo as estrelas, viajo, vou conversar com a senhora!
Albérico Silva