Papai.

Papai!

Sim essa era minha primeira palavra ao acordar, "Papai bota açúcar no copo pra eu ir ao curral com o senhor", bem cedinho nunca me importei de acordar cedo o importante era está ao lado do meu ídolo nos poucos dias que passava no cariri pra mim não havia riqueza maior que está ao seu lado como ainda hoje não há nada mais valioso do que a sua presença em minha vida. Aos domingos vinha para Campina Grande, que pode uma criança sentir com quatro anos de idade, diante da necessidade da distância dos pais em prol de sua educação? Com certeza nada entendia, muitas foram às vezes que recusava, esbravejava queria a companhia e a proteção constante de papai e mamãe, mas outra parte de mim parecia compreender, querer ir a luta, buscar oportunidades de uma vida, mas digna.

E assim Papai, aquela menina que tomava leite no curral, pulava no silo, no feijão, andava nas pernas de pau que o senhor fazia, a peteca de palha de milho e tantas outras coisas que preenchia os fins da tarde naquele cantinho do cariri , num aperto medonho sempre a espera de bom inverno que significava fartura, menos aperreio com a alimentação dos animais, o que respondia na vida humana com certas facilidades, a menina não cresceu, está aqui guardadinha em nosso coração lembrando cada brincadeira, cada sorriso, cada ensinamento, conselho, cada abraço dado nos finais da tarde.

Nos dias de hoje eu olho o senhor saindo para o curral, já não tomo mais meu copo de leite com açúcar, nos fins da tarde sentamos no alpendre da casa não tem mais aquele abraço dado no final do dia corrido, baixo meus olhos vejo seus passos lentos, suas mãos ainda não descansam mas já não possuem aquele vigor de quarenta anos atrás, Papai penso então quão grande é esse amor paterno que se entrega de todas as formas em prol da vida de seus filhos percebo então que qualquer coisa que diga ou faça é uma ninharia diante do que representas para mim, Um dia para te homenagear não é nada pois mereces ser homenageado a todo instante pelo que representas, ensinaste, compreendesse, e construísse nesta sublime missão da paternidade. Resta-nos apenas dizer; OBRIGADA PAPAI!

04/08/2015

Nanci Duarte
Enviado por Nanci Duarte em 07/08/2016
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