HOMENAGEM AO CANTOR E COMPOSITOR MINEIRO VANDER LEE

ESTE TEXTO FOI ESCRITO PELA MINHA FILHA, ADRIANE SPINOLA, E COMO GOSTEI MUITO DO SENTIMENTO QUE ELA EXPÔS, GUARDO-O AQUI PARA QUE TODOS O CONHEÇAM. ELE MERECE SER LIDO E APRECIADO.

Fiquei o dia todo esperando cair a ficha pra falar sobre a passagem do fantástico Vander Lee. Refleti hoje, mais uma vez, sobre o quão frágil é nosso corpo físico, e como rapidamente passamos dessa vida, muitas vezes sem aviso prévio. Sem dar aquele abraço de despedida em quem amamos, sem ter oferecido mais momentos de felicidade a quem é importante pra nós, sem realizar tantos sonhos que estávamos guardando na gaveta, esperando pra olhar pra ele amanhã. A questão é: será que esse amanhã existe? Daí vem a boa e velha pergunta: o que estamos fazendo todos os dias pra nossa vida ser a melhor possível, para nós e para os que nos são caros?

Vander Lee fez parte muito importante da minha vida, de várias formas, por um longo tempo. Com sua poesia maravilhosa, contou várias histórias minhas, como acredito que tenha sido para muitas pessoas. Balançou meu coração nos momentos de dor de cotovelo, me alegrou nos momentos de tranquilidade, me ajudou a refletir sobre temas importantes, fez parte, sem saber, de uma grande história de amizade que vivi com uma pessoa especial que também já se foi, e até ontem ainda me surpreendia quando escutava aqui e ali uma nova composição dele, que contava sempre algo tão profundo guardado dentro de mim.

Espero que o mundo perpetue sua voz através de outras vozes e sempre possamos honrar esse artista, sensível e humilde, que iluminou tantos momentos de tantas pessoas durante sua passagem pela Terra.

Que Deus o guie. Que Deus nos guie e nos lembre sempre o quão frágil é a vida e nos apoie na construção de melhores "eus", para que quando nossa hora chegar, possamos deixar um legado tão maravilhoso quanto o dele, tendo feito da própria vida uma poesia linda. Vander Lee conseguiu, como pediu em sua prece, "viver menino, morrer poeta".

Frase dele pra mim, hoje: "ó pai, não deixes que façam de mim o que da pedra tu fizestes, e que a fria luz da razão não cale o azul da aura que me veste."