Para você, Roberto, inesquecível amigo de minha alma - Parte II
(Onde você estiver, olhe estes girassóis desenhando uma escada para o céu... um dia subirei por ela... espere por mim no primeiro degrau...)
Você se lembra quando foi transferido para Jundiaí? Foi solicitado para trabalhar naquela agência; nem sei se foi melhor para você. Porém, sei que senti sua falta e também você sentiu a minha. Sentíamos falta dos bate-papos, das saídas no horário de almoço, quando aproveitávamos para dar uma volta pela cidade.
Naquele dia, você ligou para a central de São Paulo e o Sr Enoch atendeu; sabia que você queria falar comigo, porém, fez de conta que não entendeu. Conversou com você, perguntou tanta coisa, enquanto sorria um tanto matreiro para mim. Esperou que você pedisse para falar comigo e me chamou para atender o telefone. Ele ria com a mão tampando o fone e me dizia:
“Na verdade, ele ligou para falar com você e eu sei disso;fiz de conta que não entendi. Coitadinho! Estou judiando dele, somente para ver como reage. Venha! Fale com ele!”
Era divertido, tudo muito divertido, enquanto ríamos de coisas pequenas e simples. Você sempre foi muito bem humorado, dono de piadas infames que me faziam rir. Lembra-se de uma vez em que paramos no viaduto do Chá, para você ficar olhando para baixo como se alguma coisa tivesse acontecido? Em breve, outras pessoas também pararam e olharam para baixo, à procura do alvo de sua atenção. Então, você olhou para mim e disse:
“Viu como as pessoas são curiosas?”.
Todos querem saber o que estamos olhando!”
De uma outra vez, você parou na porta de um ônibus lotado e chamou alto:
“Oi, José!”
Vários homens olharam em nossa direção e você me disse:
“Olhe quantas pessoas de nome José estão neste ônibus!”
Era sempre assim! Estávamos o tempo todo juntos, trocando idéias, rindo, dividindo horas de trabalho e diversão nas horas vagas. Ás vezes, num final de semana, você me visitava em casa.
Bendita seja a juventude, a adolescência dos anos 60. Éramos jovens saudáveis, com pensamentos puros. Nosso único vício era o cigarro! Tenho tanta saudade de tudo! Tenho saudades do Sr. Enoch, do Carlos Faria. Que pessoas maravilhosas! São pessoas nobres como eles que marcam nossas vidas. Particularmente, fui muito marcada pela forte presença dos dois em minha vida: ambos foram pessoas que me enriqueceram com sua personalidade. Foram pessoas que amei e que me valorizaram, talvez mais do que eu merecia.
O Sr Enoch tinha uma confiança tão grande no meu trabalho, na minha capacidade, que rubricava meus relatórios sem ler; o Carlos Faria via tudo isto com satisfação, porque também gostava muito de mim:
“-Enoch, você leu este relatório antes de rubricar?”
“-Não, não preciso ler.”
“-Mas você assinou aqui!”
“-Claro, foi a Naget quem fez.”
Quando ia nos visitar em casa, Carlos me contava como o Sr Enoch se referia a mim e isto me deixava muito orgulhosa. Tenho saudades destas pessoas. Nunca mais encontrei ninguém como eles em minha vida. Que pena! Sabe porque relembro tudo isto? Acho que é justamente porque o tempo não passou neste sentido. As lembranças vívidas são como os fatos ainda presentes em nossas vidas. Você sempre esteve presente em mim como eu em você; fomos importantes um para o outro. Sr Enoch e Carlos Faria também foram muito grandes em minha existência. Nunca me esqueço deles.
Uma vez eu lhe disse que você tinha obrigação de renascer comigo na próxima vida, porque teríamos que continuar perto um do outro. Não se esqueça disto!
Você não está bem; tem fugas de consciência, como Marlene me falou. Isto me deixa tão triste! Nem leu o trabalho que fiz para você! Queria tanto que você fosse até o final e visse como o último nível seria a coroação dos níveis anteriores. Você nunca saberá a importância que isto teve para mim e como eu me realizei caminhando com você nos dois níveis anteriores.
Escute-me agora: mesmo que não possa ouvir minha voz, seu coração vai sentir e, de alguma maneira, vai me responder; penso em você e peço a Deus que te abençoe e não permita que você sinta o que acontece neste momento. Peço a Deus que lhe permita passar para os outros planos sem angústia, sem nenhum sofrimento e que você não perceba a gravidade do seu estado de saúde.
Peço isto por amor a você sempre!
Naget, 10/09/04 00:56:48 -
Imensas saudades de você!
Você se lembra quando foi transferido para Jundiaí? Foi solicitado para trabalhar naquela agência; nem sei se foi melhor para você. Porém, sei que senti sua falta e também você sentiu a minha. Sentíamos falta dos bate-papos, das saídas no horário de almoço, quando aproveitávamos para dar uma volta pela cidade.
Naquele dia, você ligou para a central de São Paulo e o Sr Enoch atendeu; sabia que você queria falar comigo, porém, fez de conta que não entendeu. Conversou com você, perguntou tanta coisa, enquanto sorria um tanto matreiro para mim. Esperou que você pedisse para falar comigo e me chamou para atender o telefone. Ele ria com a mão tampando o fone e me dizia:
“Na verdade, ele ligou para falar com você e eu sei disso;fiz de conta que não entendi. Coitadinho! Estou judiando dele, somente para ver como reage. Venha! Fale com ele!”
Era divertido, tudo muito divertido, enquanto ríamos de coisas pequenas e simples. Você sempre foi muito bem humorado, dono de piadas infames que me faziam rir. Lembra-se de uma vez em que paramos no viaduto do Chá, para você ficar olhando para baixo como se alguma coisa tivesse acontecido? Em breve, outras pessoas também pararam e olharam para baixo, à procura do alvo de sua atenção. Então, você olhou para mim e disse:
“Viu como as pessoas são curiosas?”.
Todos querem saber o que estamos olhando!”
De uma outra vez, você parou na porta de um ônibus lotado e chamou alto:
“Oi, José!”
Vários homens olharam em nossa direção e você me disse:
“Olhe quantas pessoas de nome José estão neste ônibus!”
Era sempre assim! Estávamos o tempo todo juntos, trocando idéias, rindo, dividindo horas de trabalho e diversão nas horas vagas. Ás vezes, num final de semana, você me visitava em casa.
Bendita seja a juventude, a adolescência dos anos 60. Éramos jovens saudáveis, com pensamentos puros. Nosso único vício era o cigarro! Tenho tanta saudade de tudo! Tenho saudades do Sr. Enoch, do Carlos Faria. Que pessoas maravilhosas! São pessoas nobres como eles que marcam nossas vidas. Particularmente, fui muito marcada pela forte presença dos dois em minha vida: ambos foram pessoas que me enriqueceram com sua personalidade. Foram pessoas que amei e que me valorizaram, talvez mais do que eu merecia.
O Sr Enoch tinha uma confiança tão grande no meu trabalho, na minha capacidade, que rubricava meus relatórios sem ler; o Carlos Faria via tudo isto com satisfação, porque também gostava muito de mim:
“-Enoch, você leu este relatório antes de rubricar?”
“-Não, não preciso ler.”
“-Mas você assinou aqui!”
“-Claro, foi a Naget quem fez.”
Quando ia nos visitar em casa, Carlos me contava como o Sr Enoch se referia a mim e isto me deixava muito orgulhosa. Tenho saudades destas pessoas. Nunca mais encontrei ninguém como eles em minha vida. Que pena! Sabe porque relembro tudo isto? Acho que é justamente porque o tempo não passou neste sentido. As lembranças vívidas são como os fatos ainda presentes em nossas vidas. Você sempre esteve presente em mim como eu em você; fomos importantes um para o outro. Sr Enoch e Carlos Faria também foram muito grandes em minha existência. Nunca me esqueço deles.
Uma vez eu lhe disse que você tinha obrigação de renascer comigo na próxima vida, porque teríamos que continuar perto um do outro. Não se esqueça disto!
Você não está bem; tem fugas de consciência, como Marlene me falou. Isto me deixa tão triste! Nem leu o trabalho que fiz para você! Queria tanto que você fosse até o final e visse como o último nível seria a coroação dos níveis anteriores. Você nunca saberá a importância que isto teve para mim e como eu me realizei caminhando com você nos dois níveis anteriores.
Escute-me agora: mesmo que não possa ouvir minha voz, seu coração vai sentir e, de alguma maneira, vai me responder; penso em você e peço a Deus que te abençoe e não permita que você sinta o que acontece neste momento. Peço a Deus que lhe permita passar para os outros planos sem angústia, sem nenhum sofrimento e que você não perceba a gravidade do seu estado de saúde.
Peço isto por amor a você sempre!
Naget, 10/09/04 00:56:48 -
Imensas saudades de você!