BRASILEIRO DE CORAÇÃO – ADEUS HECTOR!

“O rei da noite” acabou e as luzes se acenderam,

Assim foi o meu primeiro contato com o brasileiro,

Brasileiro de alma e coração, mas não natural de cá.

Hoje sua chama se apagou como se o vento viesse,

Como “Lucio Flavio” foi apagado em uma vida real,

E o argentino brasileiro mostra estórias de historia.

Mil velas serão acessas hoje para e o artista que foi,

Que pegou a estória de um menino de rua e chocou,

Revelou a burguesia os inúmeros “Pixotes” daqui...

E quando Sonia era a aranha e o mundo uma cela,

Eu descobria o amor nas asas de uma borboleta,

Conversava sobre o cinema e suas metáforas belas,

E o brasileiro argentino era citado mais que mil;

O argentino brasileiro hoje parte, será para onde?

Terá ele a consciência e a alma cheia de cicatrizes,

Será ele culpado pela morte de uma nacionalidade?

Babenco em seus filmes deixa uma viagem além,

Deixa nações de índios em meu Brasil tão triste,

Mas ele mesmo não sendo daqui amava o Brasil.

O argentino brasileiro era assim, respeitado...

Visionário e hoje ele partiu de coração partido,

O coração cansou de bater num pais tão perdido,

Onde não ha aranhas para salva-lo da maldade,

Onde a segunda opção é muito pior que a real,

E tudo está tão errado que a ficção se perde...

Carandiru seria um lugar pequeno para o erro,

Casamos com o oportunismo de só há o próprio querer,

E hoje talvez vendo a situação de sua nação,

Nação que é de coração, seu coração parou,

Desistiu...

André Zanarella 14-07-2016

Para Hector Babenco 07-02-1946 a 14-07-2016