VELHO
Que geografia, se alterou nesses anos..., nesse rosto.
As mãos, também, bem que denunciam as mudanças...
E já se movem cordatas, brandas, porque já foram ágeis.
O vigor de ontem, cedeu lugar à cautela e a temperança.
Os cabelos se perdem, escasseiam..., entre nuvens cândidas,
Outono glacial, de onde despencam as folhas brancas...
Porém, são simples desgastes naturais da natureza,
E essa nova paisagem é belíssima, bucólica, perseverante.
E exprime o privilégio de se ter vivido longas jornadas...

A palavra velho, fica bem acima, de qualquer conjectura. 
Temporal, pois, a definição, velho, não é precisa, nem espacial...
Os traços, desse semblante, nesse ser, são graves e suaves,
E o termo, velho, soa pejorativo, e já soa velho,sem precisão,
Diante de suas ações ínsitas, assisadas, valorativas, probas.
Incidentais, para quem viu, e ver a vida repleta de amanhãs...
Nessas estimações apropriadas que creditam essa existência.
E bem sei, que os anos se diluíram nas primaveras,
Contudo,o panorama que se renova, atesta a beleza desse ser ...

E seu exterior, é essa vista, terna, festiva, de serena bonança.
E há que se adjetivar, que tais sabedorias, é somatório,
Desses seus aprendizados, dessas vidas, desses exemplos...
Dessas suas vivencias, desses ensaios..., desses insights...
Desses modos, dessas verdades..., que o trouxe até aqui!
Então, essa expressão, velho, não é apropriada,nem galante,
É esdrúxula, pífia, e não faz jus a esse feitio que se renova...
Nesse ser, que tem determinadas respostas sobre a vida,
Se apoiando nesses tirocínios, para seguir vivendo!
Albérico Silva