Aedo Sou

Na fala do ensejo,

Na ânsia das letras,

Por maior anelo

Não pode enunciar.

Dizer a emoção,

Àquele que sabe,

Podia vogar.

E prende a voz,

Tornando-se algoz

Em estertor atroz

De dizer

Incoerente.

E colhe o terror

De águia melindra,

Que sem arribar

Não fende mais asas,

Não lumina lugar.

Mas fala o ditame,

Em clamor de alentar:

- Aedo tu és.

Te ergue

Aguerrida,

Busca com afã.

Não estás

Sozinha.

Compõe

A poesia,

Conquista

Tua lume.

E sente a dor

Que brota lungente,

Do ato provir,

No átrio afanoso,

Do desabrochar

Constante

Da rima.

E nasce loquaz

A poesia,

O amor.

Vibrante

Negaça,

Estonteante

Esplendor.

Ao aedo, que durante meses lutou "à exaustão", para tirar do sono a poetisa adormecida, despertando-a para um novo mundo, o mundo maravilhoso das letras, do encanto da poesia. Não sei se ainda podes me ouvir, mas hoje, publicando o texto de número 1000, queria mais uma vez dizer: Obrigada José Kappel, é uma honra ser tua aprendiz.

Maria
Enviado por Maria em 14/07/2007
Reeditado em 06/09/2009
Código do texto: T564526