Homenagem á um anjo chamado: Vera Lúcia Bartolomeu Godoy
Um dia você me deu a mão, lembra? Eu estava chorando ao adentrar aquele mundo tão novo pra mim. Tu com ares de anjo, minha mão segurou e encaminhou pra meus primeiros passos no ABC. E não é que no segundo dia, foi lá novamente aplacar meus soluços e ajeitar meu vestido vermelho, no qual eu insistia em limpar as lágrimas abundantes?! Mamãe ao meu lado e você diante de mim, alma prestativa e dócil. Criatura suave que deslizava sutilmente e encaminhava-me pela estrada do saber. Seus cabelos negros nos ombros caiam, sua pele alva, seus lábios tão vermelhos a pronunciar, tão serena os ensinamentos, que gravaram em minha alma. Teu nome jamais esquecerei e nem do tesouro que me deste, por isto mesmo venho neste pequeno gesto, depois de tanto tempo, agradecer-lhe mais uma vez, pois sua lembrança é bálsamo pra minha alma, querida Vera Lúcia Bartolomeu Godoy (minha professora de primeira série, isto em 1973, dois anos depois viria a falecer em um acidente de carro ao voltar da maternidade com o filho recém-nascido e o marido, deixou uma filha com 9 anos na época). Podem passar os anos, mas nada nos tira o tesouro do amor que conquistamos ao longo de nossas vidas, e que saibamos que o amor tem tantas formas e tantas maneiras de se manifestar, que é algo que nunca deixará de existir um dia sequer, mesmo no coração mais endurecido que seja. Este é pra você, Vera Lúcia, anjo em forma de professora.