TRABALHADORES
Quero dos versos, das poesias, operários em romaria.
A Lua, cintilando o zimbório, lá vão eles pés descalços...
Trilhando ávidos a terra fria, chapéu de palha nas mãos,
Seguem em culto silencioso, a pedir graças aos céus!
De enxada em punho, seu troféu, afagam a terra amada,
Abrem fendas, rasas, iguais, que ganham dessas mãos calosas,
Sementes, do nosso sustento, a fazer germinar o trigo, a fazer,
Germinar a vida, a fazer rebentar o trigo, a fazer germinar o pão!
Quero a poesia dos boiadeiros, que tocam vibrante seus berrantes.
E vai tocando a boiada, que marcham alheias ao seu destino...
Quero do clamor desses versos, homens sertanejos, esses Zés,
Esses peões valentes, que amparam o seu gado nas campanhas!
E que na sua simplicidade, tocam o progresso dessa nação.
Lhe agradecer, pelo pão abençoado, que vem à mesa, pelo leite,
Seus derivados, e quero solver esses versos que nos alimentam.
Quero os versos das poesias, das mulheres e meninas rendeiras...
Desta arte que tece o fio, a manejar os bilros, como almejassem,
Acariciar os sonhos, na alma de quem sente o pulsar da esperança!
Na arte das mãos de quem tece, o fio, a fazer nascer a renda,
Nas mãos hábeis que mais parecem mãos em preces silenciosas...
A dar feitio, ao rendilhado que reflete felicidade, amor e sustento.
Quero esses versos, mulheres quase anônimas, bordando sonhos...
Quero os versos da poesia, de todos os trabalhadores sem ressalvas.
Os versos que educam, os que sentenciam, minimizam sofrimentos.
Quero ser os versos, das poesias que transportam nosso progresso...
Quero o verso de cada palhaço, dessa alegria que coleciona instantes.
Versos que arriscam suas próprias vidas em função da vida alheia.
Quero de todos os versos, cuja sinfonia se derrama em melodias...
Quero da poesia, operários, que ganham o pão, de cada dia!
Albérico Silva
Quero dos versos, das poesias, operários em romaria.
A Lua, cintilando o zimbório, lá vão eles pés descalços...
Trilhando ávidos a terra fria, chapéu de palha nas mãos,
Seguem em culto silencioso, a pedir graças aos céus!
De enxada em punho, seu troféu, afagam a terra amada,
Abrem fendas, rasas, iguais, que ganham dessas mãos calosas,
Sementes, do nosso sustento, a fazer germinar o trigo, a fazer,
Germinar a vida, a fazer rebentar o trigo, a fazer germinar o pão!
Quero a poesia dos boiadeiros, que tocam vibrante seus berrantes.
E vai tocando a boiada, que marcham alheias ao seu destino...
Quero do clamor desses versos, homens sertanejos, esses Zés,
Esses peões valentes, que amparam o seu gado nas campanhas!
E que na sua simplicidade, tocam o progresso dessa nação.
Lhe agradecer, pelo pão abençoado, que vem à mesa, pelo leite,
Seus derivados, e quero solver esses versos que nos alimentam.
Quero os versos das poesias, das mulheres e meninas rendeiras...
Desta arte que tece o fio, a manejar os bilros, como almejassem,
Acariciar os sonhos, na alma de quem sente o pulsar da esperança!
Na arte das mãos de quem tece, o fio, a fazer nascer a renda,
Nas mãos hábeis que mais parecem mãos em preces silenciosas...
A dar feitio, ao rendilhado que reflete felicidade, amor e sustento.
Quero esses versos, mulheres quase anônimas, bordando sonhos...
Quero os versos da poesia, de todos os trabalhadores sem ressalvas.
Os versos que educam, os que sentenciam, minimizam sofrimentos.
Quero ser os versos, das poesias que transportam nosso progresso...
Quero o verso de cada palhaço, dessa alegria que coleciona instantes.
Versos que arriscam suas próprias vidas em função da vida alheia.
Quero de todos os versos, cuja sinfonia se derrama em melodias...
Quero da poesia, operários, que ganham o pão, de cada dia!
Albérico Silva