Eu a admiro muito (e já a admirava antes mesmo de conhecê-la pessoalmente)

Mesmo sabendo que ela estava errada em querer provar um amor proibido, ela cumpriu com o que o seu coração sentia, cumpriu com o que o seu coração a impulsionava, era algo incontrolável, ela não conseguia segurar, não conseguia se dominar, era uma curiosidade mórbida, algo lancinante em seu peito para saber o que era aquilo tudo de tantos anos, tantas correspondências mornas ou quentes (dependendo da época), tanto desejo de me conhecer, de me beijar e talvez fazermos amor (o que aconteceu mais tarde, depois de alguns anos). Foram longas cartas testando um ao outro, foram longas noites escrevendo, digitando palavras de amor, palavras que testavam um ao outro, tanto as minhas quanto as dela, eram provocações veladas, umas nem tanto, eram testes e desafios, eram facas que cortavam deliciosamente, eram cortes no coração que precisávamos fazer, eram desejos que estavam no peito um do outro, mas que de uma hora para a outra iriam explodir em algo que sabíamos de antemão que aconteceria, estava escrito nas estrelas. Mas houve muitas noites vazias de ambas as partes, lágrimas da parte dela, frio no estômago da minha parte na expectativa de conhecer alguém que aos poucos se tornou mais do que uma correspondente, se tornou uma grande mulher, alguém muito especial. Longas conversas com a sua mãe sobre “um cara” (Eduardo) que a tocou por vários motivos. Falava das minhas palavras e das palavras que ela escrevia para mim, chorava no ombro de suas amigas íntimas, chorava no ombro de sua amiga confidente: a sua própria mãe. Não entendia nada do que estava acontecendo porque amava sem saber, já sentia a falta de quem nunca esteve ao seu lado, sentia desejo de se revelar em todos os sentidos a alguém que praticamente desconhecia, alguém, que apesar de sincero, não poderia prometer a vida que ela tanto desejava, prometer o amor que ela tanto almejava, o carinho que os seus cabelos pretos e longos, olhos negros, o seu corpo esguio, delicado e moreno, tanto merecia. Ela era uma flor, eu a carregava no coração e mais tarde nas mãos como uma flor delicada que precisava ser regada, acariciada o tempo todo. O sorriso é lindo, os dentes branquinhos, os beijos super gostosos, tímidos a princípio e ousados, muito ousados mais tarde que foram maravilhosos. Foram toques, caricias que ela nem estava acostumada a fazer e todo aquele “Mundo Novo”, o novo que para ela foi lindo, foi gostoso. Simplesmente suspirava no momento do amor: “Ah Edu, te adoro”. Amava ela me chamar de Edu, algumas já me chamaram assim no passado, outras gostavam do nome Paulo e preferiram me chamar assim, gosto de ambos.

Às vezes dormia depois do amor; cansada, exausta. Eu me sentava no sofá do quarto simplesmente olhando ela de bruços, respiração forte. Tem um corpo lindo, delicado, uma tentação que tive o prazer de provar e saborear do jeito que amo fazer. Fiquei somente ali sentado, tomando uma taça do meu vinho preferido. Ela não estava acostumada a beber vinho e isso deve tê-la deixado com sono, precisando sonhar um pouco. E eu também sonhava olhando-a, satisfeito do nosso amor naquela tarde ensolarada, mas quarto fresquinho com o ar condicionado ligado. Fiquei ali admirando uma pessoa que mexeu tanto comigo, que abria um sorriso no meu rosto quando para mim sorria. Era carente de amor, carinho, de palavras românticas (que tanto amo falar na minha sinceridade), amava (e ainda ama) escrever, contava da sua vida, da sua faculdade de informática em Santos, enviava para mim fotos reveladoras que ela sabia que mexiam comigo, apesar do meu autocontrole em elogiar tudo como um cavalheiro.

Hoje tu fotografas a vida, fotografas pessoas, fotografas os sorrisos dos que se encantam com o teu sorriso, hoje faz a vida de um homem feliz, o deixa sentindo-se o mais feliz dos homens. Ele, com certeza, deve ser o homem mais feliz do mundo tendo não somente um amor ao seu lado, mas uma grande companheira, uma grande mulher que não é somente uma fotógrafa, mas é a própria fotografia para ele já revelada!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 27/04/2016
Reeditado em 16/05/2016
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