PELA VIDA

Observando as esquinas das cidades que não param...

Vende o corpo...

Semi-nua, semi-vida

Vende fantasias...

Orgias, pseudo alegrias!

Vende a vida num esforço!

Vende a ilusão,sem nojo!

A solidão...vende sem sucesso,

Inclusive a esperança de progresso.

Vende a insanidade momentãnea...

Arrisca a saúde mental e orgânica,

Perigos mil...mas não se importa,

Vende-se ao acaso...que bate à sua porta.

Vende-se às mãos escorregadias...

Vende-se placidamente, jamais arredia!

Vende-se sem vontade...à qualquer iniquidade...

Vende-se à voz muda...na impiedade da cidade.

Vende a infância mal vivida...

Vende-se na exploração tão sofrida,

Alma congelada...mal fadada,

A se esquecer de ser amada.

Mas por amor ainda espera...utopia?

E não perde tempo com a agonia!

Já é muito tarde...tarde demais,

Dela só o prazer querem...nada mais.

E pela vida segue...segue

nas calçadas esburacadas,

Segue apenas o seu destino

Que prossegue às gargalhadas!

SP, 22/11/2001...