ah, como dava gosto
ouvir o teu riso solto!
escutar o humor nas tuas palavras
ainda que fossem argutas e certas
a quem as merecia
mas neste dia
sem suspeita nem aviso
o teu coração decidiu
ser flor....e abriu!
de dentro dele saiu
um enorme pássaro branco
que se lançou no abismo
levando o teu riso
levando o teu siso
em todas as palavras
as ditas e as que ficaram
por dizer....
levou-as o pássaro
enorme e branco
do cume do abismo
subiu, subiu tão alto
até se imbuir no céu
os anjos devem ter vindo
ajudá-lo no impulso
de te encontrares com Deus
nós guardamos a tua memória
cheia de cantos e contos e história
guardamos-te bem fundo no peito
....não te diremos adeus!
Homenagem a Nicolau Breyner
(Serpa, 30 de julho de 1940 – Lisboa, 14 de março de 2016)