A MULHER E O ÉDEN

Uma modesta e descontraída homenagem a todas as mulheres tb escritoras, aqui desse nosso Recanto Literário, pelo DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES.

A MULHER E O ÉDEN

(Crônica de Carlos Freitas)

Deus criou o Universo sob as auras da harmonia. Sua segunda criação foi o Jardim do Éden e, ao concluí-lo decidiu ali colocar criaturas humanas.

Com um molde de barro e um sopro nas narinas, criou a primeira delas: O homem! Adão - Assim o chamou. Gostou. Para não deixá-lo nostálgico e só no suntuoso Jardim, decidiu criar então sua última obra – A Mulher.

Prostrou Adão num sono profundo. Tirou-lhe uma costela. Fez outro molde - outro sopro e criou a mulher. Eva - Assim a chamou. Mais cedo do que pensava, Deus sentiria ipsis literis o peso de duas palavras – arrependimento e stress.

O primeiro flerte recebido pela mulher foi no Éden... E quem fez foi uma serpente! Bem, do flerte para a mordida na maçã (fruto proibido no jardim, por despertar os sentidos do bem e do mal), foi um pulo... Eva “enxergou” sua nudez, sentiu sua sensualidade e o poder de seduzir que possuía. Convenceu Adão a fazer o mesmo. Bastou mordê-la, para que ele também descobrisse seus “valores”... Literalmente descobriu Eva. E aí...

... Adão que vivia a admirar as maravilhas do lugar, a obedecer às ordens do Senhor Deus, tornou-se relapso. Só fazia cobiçar o corpo longilíneo e as curvas estonteantes de Eva. Sexualidade, desejos e luxúria brotando em cascata do corpo, instigando-o ao pecado de forma abrasadora. Mais que o sabor da maçã mordida, Adão sentiu, nos lábios de Eva, o doce sabor da sedução. Seus sentidos fervilhavam!

Eva, quando não estava de cochichos pecaminosos com a serpente, estava à caça do amado. – Dá um tempo Eva - dizia Adão (raramente claro). No intimo queria mesmo é que ela não o ouvisse. Apesar de alguns receios que o incomodava, Adão considerava tudo aquilo espetacular! Mágico! - Que mais podia querer? Ócio, a natureza, uma mulher maravilhosa e a proteção do Divino. Deus, por sua vez, se via cada vez mais aturdido no meio daquele imbróglio! Passado algum tempo, e no limite da paciência decidiu dar um basta àquela esdrúxula situação, cada dia mais insustentável! Rescindiria o contrato de ambos!

À tarde, ao encontrá-los juntinhos, sonhadores passeando pelo jardim e sentindo seus olhares que revelavam meros desejos carnais, sem rodeios comunicou sua decisão: Se os amantes têm alguma tralha para carregar, pegue-as agora e saiam dos meus domínios. Traíram minha confiança. Doravante trabalharão e se alimentarão com o suor dos vossos rostos. Estão expulsos do Éden!

Na noite daquele dia, fora do Éden os jovens amantes na companhia de uma gama de animais, sob a proteção de uma rústica tenda, e uma solitária Lua Cheia, que a tudo e a todos iluminava, tomaram um porre homérico num concorrido “sarau”.

Dia seguinte. O Sol ia alto. As delícias e o regalo do Éden haviam se esvanecido. A magia se fora, e a proteção divina ficara para trás.

A mulher jamais deixará de ser para nós homens, o alvo maior a ser atingido. Um obstáculo saudável a ser vencido. Um eterno e irrecusável desafio. Se necessário passaremos por serpentes. Pendurar-nos-emos numa árvore para convencê-las a morder nossa maçã... Não tenham dúvidas que assim o faremos! Porque a mulher na sua essência é Amor do mais puro quilate... Perfume que enlouquece... Carinho que adormece... Céu azul misterioso... Sol que queima sem arder... Lua que clareia sem nascer... Vulcão ativo... Estrela de brilho eterno... Estrada sem fim... Noite que ilumina... Dia que escurece... É Fênix!

O calor do seu corpo, num abraço prolongado, nos deixa perdidos entre o sagrado e o profano. Uma noite de amor basta... E estamos escravizados – escravos assumidos, que recusam sua alforria. Sua complexidade transcende o imaginável. Divina, e pródiga em amor, ultrapassa a tênue barreira dos mortais, quando em seu ventre hospeda uma nova vida. É a mais fascinante e sublime imagem que se pode ter e ver.

Em síntese: a mulher nasceu para ser amada e idolatrada. Como já disse numa outra crônica: “Vocês são Deusas... Divas Divinas”.

Parabéns!

Carlos Freitas
Enviado por Carlos Freitas em 08/03/2016
Reeditado em 08/03/2017
Código do texto: T5567202
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