
Nestas primeiras palavras, não direi
Da minha sensação de impotência
Ou de meus humores.
Cantarei Itanhaém,
Como canta Itanhaém (a pedra que canta).
Direi dos pássaros que me visitam
A reclamar comida no cocho
A me desejar bom dia.
Das verduras e legumes
Que se oferecem, a mim

Reviverei as ondas do mar - tão pertinho!

Embalsamados pelos cristais de sal e areia
Que boiam na água tépida.

Cada flor
Cada bocado suculento,



O fingir pescar, com vara de caniço
A isca de improviso, não testada
A de minhoca, apenas molhada.

Na Boca de sua Barra
Mal e mal.
Há tanto a perceber
A viver
A experimentar.
Sem dor, sem doer.
Vamos lá
Que hoje é quinta-feira
Findo o horário de verão

Sol, chuva ou nuvem
Não importa
Mais certo é hoje
Se aproveitar
Com o coração

O agora-vivo.
Se programar
Ser programado
Churrasco com os amigos
Baralho, truco ou buraco
O jantarzinho
Ou só namorar.
Brincar de inventar
E se chamar artesão.
Mas a cidade chama
"Saia do seu quintal
Há mais passarinhos aqui"
E cachoeiras e peixes e riso

Com quem lhe falte o siso.



Senão a reclamar recolhimento.
Há o que cuidar e remendar

Meu, seu, nosso.
Porque o homem dana
Se dana e reclama.
Pois as mãos são poucas
E curtas como o tempo.
Daí fico no esquecimento
Porquanto entregue àqueles
Que já, bem logo
Virão, com mãos - as deles, longas - estendidas
Pedir o voto, outra vez.
Gostou? Siga, compartilhe, visite os blogs.
GRAMÁTICA E QUESTÕES VERNÁCULAS
BELA ITANHAÉM
TROCANDO EM MIÚDOS
PRODUÇÃO JURÍDICA
Pergunte, comente, critique. A casa é sua e seu comentário será sempre bem-vindo.
Um abraço e um lindo final de semana!
Maria da Glória Perez Delgado Sanches