"Entre ouro e pedras"

Eu vos saúdo, meninas-irmãs de Minas,

Eu vos saúdo por vossas vidas,

Andreza e Andréa, em saudação cordial,

aos raios de luz que emanam de suas palavras desenterradas

e nos cobrem á partir do solo de pedras preciosas de Minas ,

do ouro e das esmeraldas ,

dos diamantes encrustradas no ventre da terra.

Vocês que inventam crônicas ,

que se entregam ao ofício de extrair jóias escondidas no fundo da alma, lapidadas em folhas de papel . Por suas mãos, palavras ganham vida e versos ganham asas. Valorizam o sentimento e a expressão ,

invadindo tudo em nós: sonhos, realidades, esperança e tudo que cabe na profundidade do ser. Desconstroem o complicado e tudo que é utopia de poeta recobra o fôlego, em um mundo coberto de desesperança , mas ávido e sedento de acalanto e fantasia.

Suas palavras acendem os faróis das verdades ás vezes cruas, á vezes lançando-nos ao reino encantado das fábulas , teimosamente escorrendo pelas bordas das folhas dos cadernos , expostas em crônicas e textos, respingando versos pelo chão.

Gosto de lê - las, esmiuçar, degustar e ingerir seus textos . Eles nos descobrem e nos falam de coisas tão próximas, tão íntimas de cada um, como crianças que encontram tesouros escondidos ou como quando se desvendam segredos ditos ao pé do ouvido. As palavras saltam das páginas e ficamos querendo que elas nos alcancem, nos toquem, nos livrem.

Nós somos aquilo que cremos ou o que as palavras nos fazem crer.

É a vida ou é o sonho?

É o real ou é o lúdico ?

É o sol ou é a chuva ?

É feliz ou é triste ?

É o amor ou é o amargo ?

Só sabemos que tudo: felicidade ou tristeza, rir ou chorar, se importar ou ignorar, doer a dor do outro, são buscas que se alternam dentro e fóra de nós, em todas as vezes em que acordamos para viver nas manhãs de verão ou inverno.

Tudo é variável,

tudo é inconstante,

tudo é passageiro, também fóra e dentro de nós...!

É deste universo de palavras e sentidos que voces descobrem a fórmula de reinventar vocábulos, manejar sonhos e brincar com as palavras. Sol e chuva, dia ou noite, folhas secas do Outono ou qualquer manifestação de qualquer estação, são matérias de seu ofício de escrever e existir. Quando lemos um texto inspirado e inspirador, a luz de um sol preguiçoso abre a janela do quarto e entra. Como uma visita inesperada, sacode para fora da cama o corpo relaxado e nos empurra para a vida.

E é nesta sêde de viver , neste ímpeto e nesta necessidade de seguir , que eu abro as janelas da vida todos os dias, á procura de sol. Mas quando não há sol, serve a chuva, o vento, os raios e as tempestades. Sempre que acordo, nas incertezas das manhãs, busco poetas nos horizontes, nas palavras dispersas ao vento, que sempre nos alcançam.

Vasculho-me e aos poetas e seus sonhos.

Vasculho as suas palavras, meninas de Sete Lagoas.

Às vezes, em algumas manhãs, voces se escondem , privando nossos olhos de brilho.

Noutras vezes, quando nos deparamos com um novo texto, é como quando se descobre valioso tesouro escondido: guardamos para nós, em silêncio egoísta.

Que as palavras dos simples de coração nos revelem a nós,

desnudem a alma,

nos livrem ,

e nos reconstruam...!

José Feliciano de Souza
Enviado por José Feliciano de Souza em 16/02/2016
Reeditado em 05/06/2021
Código do texto: T5545599
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