A MULHER DE 40
Deixe-me falar um pouquinho dessa moça de natureza inquieta, de poucas e, algumas vezes, ásperas palavras, que busca sentido em tudo; que vive as atribulações comuns à humanidade, em meio a trabalhos universitários, dúvidas a respeito da criação das filhas, conflitos emocionais e, claro, à consequente solteirice.
Essa moça já não carrega mais a ingenuidade de outrora. Está mais atenta, mais curiosa; tem suas dúvidas a respeito do que ouve e até do que vê. A idade a fez mais crítica, mais curiosa, cheia de questionamentos. E também mais sarcástica, num nível bem considerado. Aprendeu um bocado com as vivências, quase sempre sem tempo para estágios ou período de adaptação. Criou marra!
Tem se mostrado mais franca, a tal ponto, que às vezes chega a ser chata. Não consegue participar de tudo, não dá conta de atender às necessidades de todos, e por isso é confundida. Mas é, na verdade, um ser de coração bom, que defende a justiça; que vê os dois lados da questão; que acolhe e protege.
Essa moça, que chega a parecer uma fortaleza para alguns, é sensível, se rende ao que sente, e vive cada emoção. E de tão entregue, acaba se perdendo em seus relacionamentos. Mas está aprendendo, com a maturidade, a valorizar o que realmente importa.
Neste mês de fevereiro, a “mocinha” celebra seus 40 anos. E para as meninas que se aterrorizam com a possibilidade de amadurecer (envelhecer mesmo!), seu recado é: “tolinhas!”.