No alvorecer de 2016, em 5 de janeiro, Antônio Pompêo morreu.
 
Quem soma mais de quarenta primaveras deve recordar o rosto do ator que ofereceu muito talento à televisão e ao cinema.
Ele brilhou protagonizando o filme Quilombo.
 
Muitas pessoas talvez não saibam que o ator também sonhava demais ver todos os negros brilhando e respeitados.
Não escapou dos seus olhos as injustiças que alcançam a raça negra, vítima das tentativas mesquinhas e tolas de deixá-la marginalizada.
                                                                                                                       
O admirável Antônio divulgou um artigo espetacular em 2010.
O texto ressalta que a democracia racial precisa ganhar vida no nosso Brasil, superando os discursos bem hipócritas e inoportunos os quais, na maioria das vezes, os brancos promovem.
Concordo com o ator que é necessário estar “no lado de lá”.  
Afirma que os judeus nunca permitiram o terrível crime (o Holocausto) sumindo ou perdendo força, seguindo a via de um esquecimento o qual negaria a História.
Infelizmente a voz dos negros quase não aparece, porque, assumindo o papel de contar os passos da raça negra, surge o branco apresentando uma versão pouco autêntica e verdadeira.
 
Ele lembra que o Brasil demorou para aceitar as reivindicações negras, dificultando mais ainda eliminar o forte preconceito.
Muitos querem macular os fatos ousando contestar existir o racismo.
O excelente ator realça que o negro precisa se orgulhar de sua raça.
Jamais nós podemos admitir que consigam desculpar ou abrandar a vergonhosa escravidão massacrando almas, ameaçando tanto o enorme esplendor do povo africano.
 
Antônio Pompêo exige que a igualdade abandone os lábios, almejando tornar concreto um país justo e alegre para todos os brasileiros.
Defende as ações afirmativas imaginando que elas auxiliam diminuir o abismo que distancia os negros da inclusão social.
Lastima o empenho dos especialistas brancos contra essas ações.
 
* Antônio Pompêo refletiu com maestria, percebendo que enfraquecer o racismo pede consciência, vontade e perseverança. 
Assino com o magnífico ator quando ele diz que é vital o negro deixar de se sentir um penetra invadindo o mundo dos brancos.
 
Hoje as estrelas levam seus nobres anseios ao infinito.
Na Terra aplaudimos o clamor da inclusão bem bonito.
 
Parabéns, Antônio Pompêo!
 
**
Ilmar
Enviado por Ilmar em 29/01/2016
Reeditado em 30/01/2016
Código do texto: T5526809
Classificação de conteúdo: seguro