Não adianta "tetudo" se não tivermos felicidade! Homenagem 2

Ela entrou no consultório médico quieta, caminhando devagar como se estivesse indo para algum tipo de castigo, algum tipo de matadouro. Olhou a volta, parou diante de alguns quadros bonitos na parede de grafiato com cores bem escolhidas. Pensou por um momento que se o dono do consultório tinha um bom gosto tão apurado para a mobília e cores do consultório, certamente teria o mesmo bom gosto para deixar os seus seios mais bonitos, tão bonitos quanto aqueles quadros da parede. Quem tem bom gosto, leva esse bom gosto para tudo o que faz. Tinha pensado naquilo por tanto tempo, se planejou financeiramente e psicologicamente para uma decisão tão importante, de mexer no seu corpo. Chegou a conclusão de que com 30 anos de idade, dentro dos padrões de beleza de rosto, a falta de seios mais volumosos tinha, até agora, sido a razão pela qual não arrumava namorado, noivo e muito menos marido. Precisava dar um jeito naquilo imediatamente ou acabaria sozinha, titia dos filhos das irmãs que tinham sido tão felizes nos relacionamentos, embora tivessem o mesmo tamanho de seios dela.

Ele – Então, moça, tudo bem? O que a traz aqui?

Ela – (ainda meio tímida) – Eu gostaria de colocar silicone nos seios e trouxe algumas fotos para o senhor ver e me dar a sua opinião. Estão aqui...Eu me informei com a sua secretária sobre orçamento e se tudo estiver legal, vou pagar a vista e podemos começar tão logo o senhor possa. Eu realmente não gosto dos meus seios, os acho muito pequenos e parece que não condizem com o resto do meu corpo. Tirou a blusa e o sutiã, mostrando os seus seios para o médico que olhou profissionalmente e não achou nada de errado com eles.

Ele – Olha, pode sentar, eu não sei se você já pediu a opinião de outras pessoas como ex namorados, de sua mãe, do seu pai, das suas irmãs que devem ter o mesmo tamanho (e estão felizes com eles), das suas amigas etc.....seja de quem for. Eu te acho uma moça muito bonita e não há nada de errado no tamanho dos seus seios. E além do mais, disse ele brincando, a preferência nacional do brasileiro é outra. Você não mora nos Estados Unidos, por exemplo. Te acho muito bonita e os seus seios normais. Mas eu não sei, você manda no próprio corpo e quero que você decida com certeza se é isso mesmo que você quer. Essa seria a primeira operação plástica que você faria e por isso mesmo seria bom se você tivesse 100% certeza de que é isso realmente que você quer. Como disse, para mim não tem nada errado neles.

Algo a tocou no coração - era somente um elogio de um homem que ela precisava para se sentir melhor e mudar de opinião – mas achou estranho. O médico ao invés de ver uma grande oportunidade de ganhar em torno de R$ 8.000,00 a vista (incluindo todos os procedimentos pós operatórios), estava tentando convencê-la de não fazer a operação e deixar de embolsar aquela grana toda. Interessou-se pelo assunto, desta vez de outra forma e jogou uma de suas cartas na mesa.

Ela – O senhor acha realmente que eles são bonitos?

Ele – Eu não acho nada, querida, eu tenho certeza – e tentou ser educado e galanteador ao mesmo tempo. Era médico acostumado a ver seios de todas e podia fazer algumas gracinhas que outros homens seriam suspeitos em fazer. Olharam-se por preciosos minutos, tentando adivinhar o pensamento um do outro. Pintou um clima!

Ela jogou a segunda carta, dessa vez em outra direção.

“Nota do Editor” - Amo a esperteza das mulheres quando elas querem alguma coisa. Ensina-nos demais, a nós os pobres mortais!

Ela – O senhor é aquele médico cuja esposa se envolveu no acidente aqui perto alguns anos atrás e faleceu?

Ele – Sim, já faz três anos e hoje aos 37, ainda não consegui me recuperar. Amava ela demais, mas Deus a levou e ainda tenho que cuidar da minha filhinha, que ainda não se acostumou com a morte da mãe, também. Mas tudo bem, ainda vou se recuperar e abrir o coração para uma grande mulher – sorriu.

Ela – Bem, acho que o senhor...

Ele – “Você”, por favor........

Ela – Hummm! Acho que você tem razão, eu vou pensar melhor. Mas gostaria de convidá-lo para um jantar na minha casa. A minha irmã é casada com um ginecologista e eles fizeram uma festa para comemorar os 10 anos de casamento. Primeiro fizeram sozinhos, hoje querem compartilhar a mesma festa com os familiares. Gostaria de vir?

Ele – Claro, me dá o seu telefone e endereço de onde vai ser a festa.

Ela – Somente o meu telefone é suficiente. Me liga e a gente se encontra e vamos juntos!

Conclusão – Estão juntos até hoje, casaram-se e ele não para de elogiar os seios dela, que, diga-se de passagem, são lindos, conforme ele comentava com a família dela! Ela precisava somente de alguém que a valorizasse, elogiasse e descobrisse as outras qualidades!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 14/01/2016
Reeditado em 14/01/2016
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