BALADA DAS BALAS
“Em louvor de Garcia Lorca”
Não morreu o Poeta, não
Mas há balas a assobiar
Que outros no caminho estão
Fazendo da Poesia pão
Para o mundo se alimentar!
Não morreu o poeta, não
Seu destino está traçado
Nesta guerra de emoção
Sem tréguas nem condição
Neste horizonte fadado.
Não morreu o poeta, não
Seja noite ou madrugada
Há leivas duras e traição
Palpitando no coração
Das balas desta balada…
Não morreu o poeta, não
Saiu da senda de horrores
E, voando ao calor do verão,
Semeou ventos de paixão
Por entre pétalas de flores.
Não morreu o poeta, não
Que as rajadas permanecem
E, enquanto tivermos chão,
Há-de haver em nossa mão
Mais poemas que acontecem!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA