O meu é dez
Há um tempo você me contou toda sua história com o número sete. E me encantei, me vi entre todos os acasos implícitos nesse seu número, nessa sua sorte. E devo dizer, há um tempo quero dizer que o meu é dez, mas esperei o contexto de hoje para lhe dizer. Porque sorte é sorte, mesmo que a sua seja mais intensa ou talvez mais contagiante.
Foi aos dez que descobri exatamente o que queria ser dessa vida, qual meu papel nesse mundão, porque aos dez deixei de me interessar tanto pelo fútil e passei a conhecer a cultura que me rodeava. Dez é o dia de meu aniversário, e ironicamente, o dia em que sugestivamente teria outra irmã. Dez foi o dia em que fui aprovada para um musical de cunho profissional (mesmo que as oportunidades tenham sido tiradas após esse dia). Dez foram as vezes em que chorei com meu filme favorito. Dez foi o dia em que finalmente comecei a trabalhar com música. Dez foi a idade em que comecei a dançar, e descobri paixões totalmente novas.
E dez é a sorte de hoje, já que é sobre você, que me dá sorte na vida. E a diferença entre nossos dias acabou sendo três, já que em três sequer te vi, sequer nos falamos. Você já me agradeceu, então deixe hoje ser minhas vez...
Obrigada por ser tão insistente, tanto no primeiro beijo como para cuidar de mim. Obrigada por se tornar meu desatino, minha fuga de tudo. Obrigada por me lançar aqueles sorrisos distantes que me fazem perceber o quão certeiro foi meu chute. Obrigada por me mostrar que as coisas são muito, muito mais do que parecem. Obrigada por ter escolhido a que dessa vez estava sem dreads e sem óculos redondos. Obrigada por chamar para a dançar a mais estabanada, a que ri de tudo e que acabou se descobrindo em seus braços. Obrigada por ter sido (e ser) meu melhor lapso. Obrigada, também, por roubar meus sorrisos que andavam perdidos, meus abraços que estavam desapertados, desapegados. Obrigada por, há dez, ter mudado e inspirado completamente meus dias, já que quando te vejo minha rima fica mais rara.