minha vida de peão de trecho - Caruaru... tão cantada em prosa e versos...
Caruaru – terra tão cantada em versos e prosa...
Durante os meses que tivemos a greve, aproveitamos para curtir nos fins de semana a região, visitando locais e cidades vizinhas, uma vez que tínhamos a disponibilidade de um veículo a disposição do departamento de compras, pois tal setor normalmente tem a necessidade de compras urgentes a toque de caixa...
Assim com a nossa disponibilidade de estar no escritório, devido não ser liberado para entrar no recinto da fábrica, e assim tivemos que nos sujeitar a pressões de agiotas que emprestavam dinheiro aos nossos colaboradores, que acabavam indo embora sem pagar a conta telefônica de contatos efetuados com a sua família o que é muito comum se estamos ausentes por muito tempo de suas respectivas famílias ...
Ao viajar por mais de 4 horas pelas estradas muito bem conservadas pelo governo estadual, chegamos a tal cidade de Caruaru, e vimos que nada mais do que um Mercado de tudo que possa encontrar estão ali em 10000 metros quadrados, junto a um fosso de esgoto a céu aberto que infelizmente por falta de atendimento do município, tal esgoto traz uma fedentina insuportável nos dias de sol, pois costumeiramente segundo os moradores somente quando chove muito tais dejetos são transferidos para os rios temporários como de costume, quando passas pelas pontes regionais encontra um mato espesso debaixo da ponte, mas nenhum rio percorrendo, pois tais rios somente dão o ar de sua graça , somente e tão somente em tempos de chuva na região que eles chamam de INVERNO, ou temporada das chuvas, que tais espaços sob as pontes surgem rios caudalosos e muitas vezes arrastam tais pontes que nem sempre estão tão bem apoiadas sobre um areal e pedras sobrepostas que com a carga de caminhões pesados que por ali passam vão danificando tais apoios e as pontes ficam totalmente irregulares e mal niveladas , quando não mal apoiadas...
Estando pela região por algum tempo e tendo convivido com tais mazelas 33 anos antes sempre alerto que nunca viagem a noite pela região, para evitar surpresas de casos como animal na pista, o que é comum, pois não há cercas para proteção dos mesmos de atravessarem a pista para buscar comida do outro lado da via...
Se por ventura fores a Caruaru aproveite e compre as lembranças que são muito comuns a bom preço, pois são do artesanato local onde se fazem lindos bonecos de argila, como a banda de pífanos, que são a marca registrada das lembranças mais trazidas por quem por ali passou, mostrando figuras lendárias como Lampião e seus cangaceiros...
Como amo demais a literatura de cordel, ali temos milhares de contos que quem ama tais histórias contadas e cantadas pelos repentistas regionais que em cada esquina dos bares e restaurantes fazem seus desafios, agradando a quem passa ou a quem ama tais ritos regionais e param para apreciar as rimas dos nossos artistas que improvisam e que fazem dessa alegria a sua eterna juventude de cantar seus amores não realizados ou suas paixões tão bem choradas em músicas que rimam a dor com o calor, ou ruim com capim, ou até mesmo tijolo ... com consolo... sendo o que importa não é o verso, mas a alegria e as troças de cantar no desafio os defeitos de seu opositor...
Acredito que nesses anos que deixei de visitar a região, alguns de seus moradores, e amigos já partiram dessa para melhor, até mesmo o meu amigo Eduardo , já mais velho não deve estar participando mais das vaquejadas e nem quer quebrar de novo seu braço e com certeza se hoje convive com tais prazeres, a certeza de que os bois sejam seus, pois como fazendeiro da região era um dos mais bem situados e bem rico em posses de terras nem sempre produtivas , pois dependem das chuvas que nem sempre acontecem entre junho e agosto, quando chove e inundam seus pastos secos, mas que uma semana depois está todo verdejante, e que dizemos que o governo se quisesse transposto o tal Rio S. Francisco com certeza... esse sertão seria bem mais produtivo e o povo sofrido seria um feliz proprietário de hectares de terras cultiváveis com milho, algodão, feijão, e muitos legumes e frutas que devido ao clima com certeza seriam bem mais doces que os produtos colhidos aqui pelo sul...
Os Sertões é um livro brasileiro, escrito por Euclides da Cunha e publicado em 1902.
Trata da Guerra de Canudos (1896-1897), no interior da Bahia. Euclides da Cunha presenciou uma parte desta guerra como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo. Pertence, ao mesmo tempo, à prosa científica e à prosa artística. Pode ser entendido como um obra de Sociologia, Geografia, História ou crítica humana. Mas não é errado lê-lo como uma epopeia da vida sertaneja em sua luta diária contra a paisagem e a incompreensão das elites governamentais....
Euclides da Cunha, foi e será sempre seu maior representante com sua obra, uma obra literária que deve ser lida e compreendida, pois relata detalhadamente a vida sofrida desse seu povo, que aprendi a respeitar nessa minha breve passagem pelo sertão do Cariri e convivi com esses meus heróis da minha literatura de Cordel!!!
Nota do autor:- Na primeira parte são estudados o relevo, o solo, a fauna, a flora e o clima da região nordestina. Euclides da Cunha revelou que nada supera a principal calamidade do sertão: a seca. Registrou, ainda, que as grandes secas do Nordeste brasileiro obedecem a um ciclo de nove a doze anos, desde o século XVIII, numa ordem cabalística.
Fala sobre o que foi a Guerra de Canudos e explica com riqueza de detalhes os fatos dessa guerra que dizimou a população de Canudos.