Nunca pensei ver um dia o Coroné tão cabisbaixo e desolado, como hoje. Ele tão altivo e de astral tão bem humorado ficou sem chão ao ver sua Patroa partindo...

Aquele homem que parecia uma rocha baixou sua guarda e... Chorou...

Ela depois de quase uma vida juntos  despedia do seu bem amado coroné...
Poucas vezes o vi assim, na verdade, não enchia os dedos de uma mão.
 
Coroné Antonio Bento ganhou essa carinhosa alcunha por causa de uma música do Tim Maia, e foi quando casara sua única filha, que ele criou cheia de mimos. Uma linda Rosa, carinhosa e muito educada.
E também, por ser um militar das antigas que acreditava no diálogo e não na violência. Pra ser sincera, jamais o imaginei como um ‘milico’.
 
Com todas as adversidades da vida ele, moço ainda, pegou responsabilidade. Cara honesto e muito independente.
 
Sempre pronto pra ajudar os outros, principalmente a família.
 
Com o passar do tempo e sem que percebamos, vamos afastando das pessoas que amamos, porque a roda viva nos pega de surpresa e nos joga pro lado de lá.
 
Então, nossos encontros vão se estreitando, e com algumas pessoas, limita-se a comemorações alegres ou tristes, como esta de hoje.
Meu coração ficou tão apertadinho de ver coroné, assim, tão acabrunhado...
 
Terminou o dia e pra ele, o destino que os unira, agora os separava...
Ainda bem que não existe força demasiadamente grande que nos faça esquecer pessoas que um dia amamos e nos fizeram felizes.
 
Por mais que saibamos que todos chegarão a este adeus final terreno, não estamos preparados pra ele.
 
Agora, ficará apenas a recordação dos momentos felizes que passamos ao lado deste ser doce e delicado, que era a D. Patroa.
 
O dia interminavelmente quente e abafado chegou ao final, aí o céu também chorou...
 
2 de dezembro de 2015

 

 Para o meu irmão, Rafael, com carinho!