DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - Escravos - Liberdade ou Utopia
Escravos - Liberdade ou Utopia
Romperam-se os grilhões da escravatura
alforriaram os negros das senzalas
acolheram muitos nos quilombos
outros tantos ficaram na estrada
E assim já se vão mais de cem anos
que alimentamos uma falsa ilusão
de que uma simples assinatura num papel
acabou de vez com a escravidão
Ao contrário, foram os negros relegados,
a um papel marginal na sociedade...
onde mesmo depois de tantos anos
ainda sofrem na busca da igualdade
Hoje porém não sofrem sozinhos
pois outra classe que sempre viveu a margem
acompanha o negro nesta passagem...
é o pobre que não tem perspectiva
pois a ele tudo é difícil, tudo é contrário
e desde os direitos civis até os salários, eu noto,
que o negro assim como o pobre proletário
só é considerado gente na hora do voto
Por isso não sei se há o que comemorar
meia dúzia de negros que viraram doutores
milhões de pobres, brancos e negros
sendo explorados pelos mesmos senhores
E o amor humano que todos deveriam ter
independentemente da raça, cor ou credo?
Infelizmente a burguesia não mudou
se pensarmos bem ainda vivemos sob a égide do medo
Onde quem tem mais sempre vai mandar
onde o poder é podre e prevalece...
onde o negro e o pobre ainda são escravos
de uma casta que deles não se compadece
Até quando seremos escravos...
conduzidos como marionetes
ao prazer do vento das mesmas velas
dos navios negreiros denunciados por Castro Alves...
No tombadilho hoje jazem negros e brancos
em condições de precariedade total...
se há justiça que se liberte de vez o preconceito
e que toda gente neste mundo seja igual !
Igual nos direitos e deveres
nas benesses que o mundo oferece
este é o pedido que eu faço neste 20 de novembro
é mais que um pedido, Meu Deus! É uma prece.
Anélio “Rodrigo Di Freitas”