O dia primaveril soou tenebroso e estranho.
 
Raios solares desapareceram, as nuvens densas, horríveis, cobrindo o céu assustador. Preocupadas as pessoas temiam o fim, talvez alguma profecia apocalíptica estivesse se cumprindo.
 
Como resistir? Por que a euforia daquela torcida diminuiu o vigor, gritos soavam tão silenciosos, a certeza do enorme sorriso mudou, permitindo as cores da decepção e amargura?
 
Trovões, raios destruindo tantas casas, terrenos desabando, o desespero imenso, a agonia que anunciava a destruição total, o sonho que jamais acontecerá suave, a esperança sumiu, grave.
Onde surgiria Noé trazendo a gentil arca capaz de salvar os animais e as almas puras?
 
Mulheres insistiam fofocando, elas não desistiam, os homens presos aos negócios, queriam dinheiro, lotadas as igrejas almejavam aumentar os dízimos, porque a ganância ainda continuava forte, abusavam da sorte, buscavam enfeitar, usando um caro terno, o recinto, sabiam logo estar no inferno, o quinto.
 
Vulcões, terremotos, desabrigados, ninguém conseguia nadar, as baleias lastimavam a fúria do mar, os golfinhos saudavam alegres as crianças, os lobos recuavam famintos, as águias voavam rasgando o horizonte tão sombrio.
 
Eu chorei, porém minhas lágrimas apenas uma mendiga notou.
 
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Na capital perfeita o Mais Querido comemorava a virada contagiante.

Superar o Bahia significava conquistar  o triunfo mais precioso. Jogando como heróis, reverteram o placar infeliz, deixaram o estádio provando a terrível tragédia, anota impassível a encicoplédia.

Lá a tristeza, cá muita leveza, abraços, os melhores passos.
 
O Terror do Nordeste é assim:
 
Brilha a vitória nas terras pernambucanas
Trilha que história possui, eternas e bacanas
Perde o Sport, Flamengo chora ao lado da mina
Dura sorte, com dengo implora, o pecado domina
 
Um dia o Bahiaço fazia bem contente a galera porreta
Ardia um timaço, hoje lota, também sente, já era a carreta
Inspira o grito até Atlanta, aumenta a animação a garganta
Respira demais o aflito, bebe fanta, esquenta o coração Santa
 
Sempre o adversário cede no Arruda, otário perde e pede ajuda
Opa! A Fonte Nova a virada aqueceu, uma triste piada aconteceu
Pés inchados, a cabeça chata aponta, humilhados, farta afronta
 
Amor ao Bahia peço, sucesso bastante tinha, fascinante Santinha
 
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Ilmar
Enviado por Ilmar em 08/11/2015
Reeditado em 08/11/2015
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