VESTIR VERMELHO
À noite sinto-me só...
Coração apertado como um nó na garganta,
Cerco-me de revistas, livros, crochê; vejo TV e ainda escrevo!
Tantas coisas para preencher esse vazio, me fazem companhia.
Penso em arranjar um namorado, no momento só um namorado é o que desejo.
Culpas afloram do desejo, proibido por se pagar uma pena, morrer eternamente...
Cobrança irracional, medo itinerante , resultado e vejo agora de uma cultura.
Sinto-me um objeto condicionado, com medo de minhas respostas.
Paralisada para romper e atravessar o que me separa da liberdade,
Como seria portanto, usar vermelho, "pari" um texto e fazer pensar?
Grandes concentrações, opiniões desafinadas , viagem interna, caminhos diversos...
Obstrução no peito, ainda nada elaborado para me tornar livre!
Bom seria se pudéssemos tocar como desbloqueios de aparelhos,
Uma vida para desbloquear e pouco tempo para curtir.
Prisões internas, que chato! Impedem a chegada à um destino.
Hoje sairei de vermelho!
Serei transgressora, rebelde, para ser mais ousada!
Abrirei as portas e caminharei como quem ganha uma guerra.
Gosto de ser bonita, animada...que me olhem como quem sustenta a vida!
No dia que estiver cansada usarei vermelho,
Hoje com certeza!
Ps.: Dormi de camisola vermelha!
Feliz dia das mulheres e coragem para sê-la!
Kênia Costa